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Lula critica cassação de vistos por Trump e defende fim do bloqueio dos EUA à Cuba

Programa do Ministério da Saúde visa amplia acesso a médicos em áreas remotas do Brasil

Agência o Globo
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Publicado em 14 de agosto de 2025 às 15h19.

Última atualização em 14 de agosto de 2025 às 15h31.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quinta-feira a suspensão do visto americano de Mozart Júlio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde.

A medida foi anunciada um dia antes pelo Secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, em razão da formulação do programa Mais Médicos, visto pelo governo Trump como um "esquema coercitivo de exportação de mão de obra do regime cubano, que explora trabalhadores médicos por meio de trabalho forçado". O presidente também defendeu o fim do embargo econômico dos Estados Unidos contra Cuba.

Mozart é conhecido no governo como o "pai do Mais Médicos", programa lançado no governo Dilma Rousseff em 2013 com o objetivo de ampliar o acesso a médicos em áreas remotas por meio de parcerias com o governo cubano. Revogada durante o governo de Jair Bolsonaro, a iniciativa foi relançada por Lula em 2023. O programa já foi elogiado em relatório da ONU sobre cooperação internacional Sul-Sul na área da saúde.

— Quero dizer para os companheiros cubanos que o fato de eles cassarem (o visto americano do) Mozart foi por causa de Cuba. Porque eles tinham ido a Cuba. É importante eles saberem que a nossa relação com Cuba é de respeito. É um povo que está sendo vítima de um bloqueio a 70 anos. Hoje estão passando necessidade. É um bloqueio sem nenhuma razão. Os Estados Unidos fizeram uma guerra e perderam. Aceitem que perderam e deixem os cubanos viverem em paz, deixem viverem a vida. Ele (Donald Trump) não é imperador, gente — afirmou Lula em discurso durante inauguração de uma fábrica da Hemobrás em Pernambuco.

O chamado bloqueio dos Estados Unidos a Cuba é, na realidade, um conjunto de sanções econômicas impostas ao regime cubano a partir de 1962, em meio à Guerra Fria, e que, embora tenha sido flexibilizado durante o governo de Barack Obama, na década passada, se mantém.

Já a suspensão de vistos de ligados ao Mais Médicos pelo governo de Donald Trump ocorre em meio a uma escalada ideológica do republicano contra o governo brasileiro, que inclui o tarifaço de 50% sobre as exportações brasileiras, a cassação de vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal e a inclusão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, na lista de sancionados da Lei Magnitsky, norma que prevê o bloqueio de bens nos Estados Unidos.

Todas essas medidas anteriores tiveram como pretexto o que Donald Trump tem chamado de perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro pela Justiça brasileira, o que o governo americano considera um atentado aos direitos humanos, apesar de o Brasil ser considerado internacionalmente por especialistas uma democracia plena com separação de poderes e Judiciário independente.

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