Agência de notícias
Publicado em 26 de fevereiro de 2025 às 06h28.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará, nesta quarta-feira, 26, de uma sessão especial com a presença dos sherpas (enviados especiais) do Brics, no Itamaraty. Além dos representantes das 11 nações em desenvolvimento que integram o bloco como membros plenos, foram convidados os embaixadores dos chamados países parceiros que, entre outras características, não têm direito a voto.
Lula deverá insistir na criação de um sistema de moedas locais, para reduzir os custos das transações comerciais e diminuir a dependência do dólar — ideia rechaçada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O presidente americano chegou a ameaçar os países do bloco com elevadas sobretaxas, caso isso aconteça.
Em seu discurso, Lula também deve defender uma participação maior do países em desenvolvimento nos grandes debates da agenda mundial e a reforma dos organismos multilaterais de crédito e do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
A realização da COP30 (conferência mundial sobre o clima), em Belém (PA), também ganhará ênfase no discurso do presidente brasileiro. É esperada uma crítica de Lula aos países ricos, que não têm se mostrado comprometidos a ajudar financeiramente as nações mais pobres ou as mais vulneráveis ao aquecimento global.
Hoje, o Brics é formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. Existe a expectativa de, durante a cúpula de líderes do grupo que acontecerá em julho deste ano, no Rio de Janeiro, os países parceiros serem convidados a fazer parte do bloco. São eles Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.
A reunião de líderes acontecerá no Rio, porque o Brasil preside o Brics este ano. As prioridades do governo brasileiro são cooperação em saúde global; comércio, investimento e finanças; combate à mudança do clima; governança da inteligência artificial; reforma do sistema multilateral de paz e segurança; e desenvolvimento institucional do Brics.
Já a reunião dos sherpas, que são os negociadores da declaração da cúpula de julho, começou nesta terça-feira. O representante do Brasil é o embaixador Maurício Lyrio, responsável pelas áreas econômica e financeira do Itamaraty.