Agência de notícias
Publicado em 3 de outubro de 2025 às 11h33.
Última atualização em 3 de outubro de 2025 às 11h55.
Em um intervalo de um ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou por três problemas aéreos distintos em aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) durante agendas oficiais. O mais recente aconteceu no Pará nesta quinta-feira, quando, segundo relatos de Lula, uma falha no motor antes da decolagem obrigou a comitiva presidencial a trocar de avião.
Lula e a equipe estavam a caminho de Breves, na Ilha do Marajó, quando ocorreu o problema. A aeronave ainda estava em solo, e, de acordo com o presidente, todos desceram com receio de incêndio.
"Ontem, ao embarcar para a Ilha do Marajó, teve um problema no motor do avião Casa, da FAB. Tenho de agradecer a Deus porque poderia ter acontecido quando eu estivesse no ar. Ainda em terra, tivemos de descer do avião com medo de o avião pegar fogo. Aí fomos em um avião Brasília", declarou Lula em entrevista à TV Liberal nesta sexta. Após a ocorrência, pela noite, o presidente disse ter ido à igreja agradecer.
Em março deste ano, o avião presidencial precisou arremeter ao tentar pousar no aeroporto de Sorocaba, no interior de São Paulo. De acordo com a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, o procedimento ocorreu devido ao vento forte, o que levou o piloto a optar pelo procedimento de arremeter a aeronave e pousar pela outra cabeceira da pista.
O procedimento é considerado normal e seguro pela aviação. No voo, além do presidente, estavam os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Trabalho, Luiz Marinho.
Em outubro do ano passado, uma falha no avião presidencial forçou o presidente a ficar quase 5 horas a bordo do avião que andava em círculos na Cidade do México para gastar combustível e fazer pouso seguro no Aeroporto Internacional Felipe Ángeles. Ao chegar ao solo, Lula e sua comitiva trocaram de aeronave para voar do México até Brasília.
O episódio irritou o presidente e reabriu a discussão no governo sobre a compra de uma nova aeronave presidencial. Na época, a Aeronáutica ficou encarregada de fazer sondagens no mercado internacional de modelos que poderiam atender às exigências da Presidência da República. A ideia, no entanto, acabou ficando em segundo plano no final de 2024 em meio às discussões do ajuste fiscal.
Com menos de um terço dos recursos previstos para este ano liberado, o Grupo de Transporte Especial (GTE), da Força Aérea Brasileira (FAB), tinha, até junho deste ano, sete aeronaves de uma frota de dez aviões inoperantes, mostrou levantamento do O Globo. O GTE atende ministros e autoridades em viagens a trabalho.
Integrantes da corporação relatam dificuldades para compra de querosene de aviação e manutenção dos aviões de transporte. A falta de verba também afeta alimentação e diária de militares envolvidos nas missões. A unidade também tem gastos correntes com luz e água, por exemplo.
As aeronaves que servem à Presidência não fazem parte dessa frota, que é composta por aviões menores. Procurada, a assessoria de imprensa da FAB informou em nota que as restrições orçamentárias afetam toda a atividade operacional.