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Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, durante entrevista coletiva em Belém (Ricardo Stuckert/Presidência)
Editor de Macroeconomia
Publicado em 19 de novembro de 2025 às 07h41.
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), retorna a Belém, no Pará, nesta quarta-feira, 19, para participar da Conferência das Partes da ONU (COP30). Ele pousa na cidade às 10h20.
Lula já havia marcado presença na abertura da Conferência e na Cúpula de Líderes, que aconteceu antes do início da COP, há duas semanas. Na ocasião, ele apontou a distância entre as conversas entre os países e a realidade das pessoas -- e a lacuna do contexto geopolítico e a urgência climática.
O presidente chegará em um momento em que a diplomacia brasileira aposta em uma "maratona" para chegar a um consenso em um dos dois pacotes de negociações propostos pela presidência da COP30.
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Na manhã da terça, a presidência da COP apresentou um primeiro rascunho -- chamado de decisão mutirão para tratar dos quatro principais temas (financiamento, NDCs, comércio e transparência de indicadores), que foram juntados neste primeiro pacote.
O outro pacote tratará dos demais itens da COP, sobre os quais há mais consenso e não houve pedido para que fossem incluídos na agenda.
Estima-se que Lula conversará com alguns negociadores e políticos presentes na conferência e sinalizará um senso de urgência para as negociações. Um dos temas que deve estar na agenda do presidente é o financiamento para a adaptação, tema de maior resistência entre os países até aqui.
O principal objetivo do petista é destravar as negociações para a criação da chamada “Rota Baku-Belém”, que se refere ao plano de financiamento que pretende levantar US$ 1,3 trilhão por ano até 2035 para ações contra a crise climática com foco em países em desenvolvimento.
As delegações diplomáticas foram instruídas a permanecer na COP até a meia-noite desta terça-feira. O objetivo é ter um novo texto circulando na madrugada de quarta-feira, 19, o que permitiria aos países tempo de digerir o conteúdo e responder antes do prazo final estabelecido pela presidência.
Esse processo pode facilitar que um acordo saia até a madrugada da quarta para a quinta-feira, 20. A iniciativa de entregar esse pacote nesse prazo é tratada como improvável por negociadores.
A articulação da presidência da COP30 para acelerar o processo em torno de um resultado para a conferência dentro do prazo está clara. E o presidente Lula poderá ajudar no convencimento entre as partes, apontam negociadores.