Agência de notícias
Publicado em 19 de setembro de 2025 às 08h10.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai receber o ministro do Turismo, Celso Sabino, nesta sexta-feira para uma conversa no Palácio da Alvorada.
O encontro ocorrerá em meio ao novo ultimato dado pelo União Brasil, legenda do ministro, que antecipou o movimento de desembarque do governo e determinou a entrega de cargos de todos os seus filiados em até 24 horas.
Lula vai conversar com Celso Sabino sobre o futuro do auxiliar no governo. O ministro é um dos auxiliares de Lula que vem conduzindo os preparativos da COP 30 em Belém, que ocorrerá em novembro.
Apesar da pressão do União Brasil, Celso Sabino tem interesse em permanecer no governo. No começo de setembro, afirmou a Lula que gostaria de seguir no cargo e trabalharia por alternativas dentro do partido para isso. Uma das hipóteses levantadas na época foi Sabino se licenciar da legenda.
O desejo de Celso Sabino em ficar no governo também está ligado às suas pretensões eleitorais em 2026. Deputado federal pelo Pará, Sabino tem planos de concorrer a uma vaga ao Senado pelo Pará em 2026 na chapa com o governador Helder Barbalho (MDB). De acordo com interlocutores, Lula já teria sinalizado a Sabino que o apoiaria na disputa. Em 2022, Lula venceu a disputa presidencial no Pará com 54% dos votos.
Apesar de ter anunciado desembarque do governo, o União Brasil tem três indicados em ministérios. Celso Sabino é uma indicação da bancada da Câmara da legenda. Os ministros Waldez Góes (Integração Nacional) e Frederico Siqueira Filho (Comunicações), por serem apadrinhados pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), não serão afetados pelo movimento da sigla.
A indisposição do União Brasil com o governo aumentou após reportagens associarem o presidente da sigla, Antônio Rueda, à propriedade de um avião que seria usado pelo crime organizado. Rueda negou ser dono de aeronaves, afirmou que não é investigado e que a divulgação das informações, que estariam sob investigação da Polícia Federal, é parte de uma estratégia do governo para minar sua credibilidade. O argumento foi rebatido pela ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais).