Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 2 de setembro de 2025 às 17h11.
Última atualização em 2 de setembro de 2025 às 17h38.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira, 2, que sua expectativa é de que a justiça seja feita com respeito à presunção de inocência no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado em 2022.
"O que eu espero é isso: tem de ser feita a justiça, respeitando o direito da presunção de inocência de quem está sendo julgado. É só isso que eu desejo. Desejo isso para mim e para qualquer inimigo, o direito à presunção de inocência, para que o Brasil conheça apenas a verdade. Só isso", afirmou em conversa com jornalistas durante o velório do jornalista Mino Carta, em São Paulo.
Lula destacou que a ação no Supremo Tribunal Federal (STF) não se trata de "um julgamento pessoal", mas sim de um processo baseado em "autos, delações e provas".
"Ele pode se defender como eu não pude me defender. E eu não reclamei, não fiquei chorando. Fui à luta. Se a pessoa é inocente, que prove a sua inocência. Se não tem envolvimento, que prove isso", disse.
Sobre as possíveis novas sanções do governo americano durante o julgamento de Bolsonaro, Lula voltou a classificar as tarifas e sanções de Donald Trump como algo "inacreditável" e afirmou que cada país deve "cuidar do seu próprio ninho".
"Eu vou repetir. Trump não foi eleito para ser imperador do mundo. Ele foi eleito apenas para ser presidente dos Estados Unidos da América do Norte. Ele tem direito de criar suas próprias taxas, claro. Agora, existem regras", afirmou.
O petista voltou a afirmar que o seu governo está aberto a negociação e que não há qualquer interesse em "brigar com os Estados Unidos". Lula afirmou que espera uma sinalização de Trump para criar uma mesa de negociação.
E, sinceramente, estou no aguardo de que em algum momento vai acontecer alguma coisa na cabeça do presidente Trump e ele vai perceber que tem de negociar. Não só com o Brasil, mas negociar com a China, com a Índia, com a Venezuela, com todo mundo", disse.