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Lula terá seis reuniões multilaterais para acelerar negociações na COP30

Presidente retorna a Belém em momento crítico das negociações para se chegar a um acordo final dentro do prazo, na sexta-feira, 21

Presidente Lula cumprimenta autoridades estrangeiras durante foto de família da COP30, em Belém (Leandro Fonseca/Exame)

Presidente Lula cumprimenta autoridades estrangeiras durante foto de família da COP30, em Belém (Leandro Fonseca/Exame)

Luciano Pádua
Luciano Pádua

Editor de Macroeconomia

Publicado em 19 de novembro de 2025 às 11h28.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retorna a Belém nesta quarta-feira, 19, para um dos dias mais intensos de sua participação na COP30.

Lula terá seis reuniões com negociadores, ministros e lideranças políticas de diferentes blocos internacionais, em uma ofensiva diplomática para tentar destravar o diálogo e aproximar posições no texto final da conferência.

A expectativa entre negociadores é que sua presença ajude a reduzir tensões entre países emergentes, União Europeia, África e Pequenos Estados Insulares, grupos que ainda divergem sobre combustíveis fósseis, financiamento climático e mecanismos de adaptação.

O presidente será acompanhado nos encontros pela ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, o presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, o Secretário de Clima, Meio Ambiente e Energia do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Maurício Lyrio, e a CEO da COP30, Ana Toni.

Agenda de Lula na COP30

Lula desembarcou na capital paraense por volta das 10h30. A partir das 11h, segundo a agenda, inicia uma maratona de encontros reservados.

Primeiro, ele se reúne com ministros do grupo de países emergentes — que inclui árabes, latino-americanos, China, Índia e Indonésia — numa tentativa de alinhar interesses entre economias em desenvolvimento, que têm resistências a metas mais duras para combustíveis fósseis sem contrapartidas de financiamento.

Ao meio-dia, Lula se encontra com ministros da União Europeia, bloco que pressiona por maior ambição climática e busca compromissos firmes no combate a petróleo, gás e carvão. A interlocução com europeus tem sido considerada fundamental para calibrar a linguagem do texto final e reduzir o risco de impasse.

Depois de um almoço privado às 13h15, o presidente retoma as reuniões às 15h, desta vez com ministros africanos e representantes dos Pequenos Estados Insulares — alguns dos países mais vulneráveis à crise climática e defensores de compromissos financeiros mais robustos dos países ricos.

A agenda avança, às 16h, para um encontro com organizações da sociedade civil e lideranças indígenas. O objetivo é ouvir críticas e demandas sobre direitos territoriais, proteção da Amazônia e financiamento para adaptação, temas que pressionam o governo brasileiro a assumir papel mais assertivo no texto final da COP.

Paralelamente às negociações, tem avançado a pressão para que a COP30 mostre um "mapa do caminho" para o fim do uso de combustíveis fósseis, uma agenda puxada sobretudo pela ministra Marina Silva, do Meio Ambiente.

Em seguida, às 17h, Lula se reúne com representantes do setor produtivo e com lideranças subnacionais, como o governador Helder Barbalho e prefeitos de municípios da Amazônia e do exterior. O encontro deve discutir transição energética, bioeconomia e compromissos que conectem o debate climático ao desenvolvimento econômico.

Dia decisivo para a COP30

A presença do presidente brasileiro ocorre em um dia marcado por aceleração das negociações da COP30.

Com a conferência entrando em seus momentos finais, negociadores consideram que o engajamento direto do presidente brasileiro será crucial para tentar costurar o consenso necessário e evitar que a cúpula termine sem um acordo sólido -- ou um legado para a presidência brasileira.

Como mostrou EXAME, diplomatas trabalharam durante a madrugada desta quarta-feira para refinar o documento do "Mutirão Global" - previsto para ser divulgado até as 4h da manhã de quarta para quinta.

Nesta manhã, dois outros textos técnicos foram publicados, em mais um desdobramento da estratégia em camadas de negociação do Brasil.

Embora ainda não se tenha a nova ou final versão do texto do Mutirão Global, os documentos sobre comunicações bienais de finanças climáticas (Artigo 9.5) e sobre o encerramento do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (CDM), divulgados nas primeiras horas desta quarta-feira, mostram progressos concretos quando comparados ao rascunho do Mutirão publicado na manhã de terça-feira, 19.

Juntos, revelam como o Brasil está conduzindo uma abordagem de "sanduíche institucional": criar processos técnicos robustos que dificultem para países desenvolvidos escaparem de prestação de contas (accountability) no futuro, mesmo sem acordar números exatos agora.

Acompanhe tudo sobre:COP30Luiz Inácio Lula da Silva

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