Brasil

Lula vira réu por venda de MP de incentivos fiscais a montadoras

O ex-presidente teria participado da "venda" da MP 471, que prorrogou os incentivos fiscais para montadoras nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste

Lula: o ex-presidente já é réu em outros cinco processos (Ueslei Marcelino/Reuters)

Lula: o ex-presidente já é réu em outros cinco processos (Ueslei Marcelino/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 19 de setembro de 2017 às 19h13.

Última atualização em 19 de setembro de 2017 às 20h23.

Brasília - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tornou-se nesta terça-feira réu pela sétima vez, agora em processo movido pelo Ministério Público Federal (MPF) de Brasília sob a acusação de ter recebido 6 milhões de reais em propina para atuar na elaboração e edição de uma medida provisória que prorrogou incentivos tributários ao setor automobilístico.

O juiz Vallisney de Sousa Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, aceitou denúncia contra Lula, o ex-chefe de gabinete dele e ex-ministro Gilberto Carvalho por corrupção passiva.

Os dois foram acusados pelo MPF de favorecer indevidamente montadoras de automóveis na edição de uma medida provisória. Segundo as investigações, o dinheiro oferecido por um grupo de lobistas tinha por objetivo garantir a edição da norma da forma defendida pelas montadoras.

Na decisão em que aceitou a acusação, o magistrado afirmou que a denúncia descreve a "plausibilidade" das alegações dos fatos tidos como criminosos conforme previsto no inquérito policial, havendo "prova da materialidade e indícios da autoria delitiva".

"Assim, nesse juízo preliminar, não vislumbro qualquer elemento probatório cabal capaz de infirmar a acusação, sem prejuízo da análise particularizada, com a eventual contraprova, quando poderá eventualmente ocorrer absolvição sumária, se for o caso", destacou o juiz, na decisão.

Outras cinco pessoas também se tornaram-se rés na ação pelos crimes de corrupção ativa e passiva.

Essa é a segunda denúncia contra Lula na operação Zelotes. O ex-presidente já havia sido acusado, ao lado de um de seus filhos, de organização criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico de influência na decisão do governo brasileiro de comprar caças Gripen NG, fabricados pela sueca Saab.

Em nota, o advogado Cristiano Zanin Martins, que representa Lula, disse que a aceitação da nova denúncia é mais episódio do que afirma ser uma perseguição política ao ex-presidente.

"A inocência do ex-presidente Lula deverá ser reconhecida também neste processo porque ele não praticou qualquer ilícito", disse Zanin na nota.

"O ex-presidente jamais solicitou, aceitou ou recebeu qualquer valor em contrapartida a atos de ofício que ele praticou ou deixou de praticar no cargo de presidente da Republica."

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoJustiçaLuiz Inácio Lula da Silva

Mais de Brasil

Lula anuncia pagamento do Pé-de-Meia e gratuidade dos 41 remédios do Farmácia Popular

Denúncia da PGR contra Bolsonaro apresenta ‘aparente articulação para golpe de Estado’, diz Barroso

Mudança em lei de concessões está próxima de ser fechada com o Congresso, diz Haddad

Governo de São Paulo inicia extinção da EMTU