Brasil

Mães buscam informações sobre nova doença em Pernambuco

Médicos infectologistas estão em alerta diante de um novo quadro viral que atinge bebês e crianças com até 2 anos


	Mosquito Aedes aegypti: pelo menos 25 pacientes foram atendidos e estão sob investigação
 (Thinkstock/Damrongpan Thongwat)

Mosquito Aedes aegypti: pelo menos 25 pacientes foram atendidos e estão sob investigação (Thinkstock/Damrongpan Thongwat)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de dezembro de 2015 às 10h26.

Recife - A auxiliar de serviços gerais Lúcia da Silva, de 28 anos, é uma das mães cujo bebê apresentou sintomas de uma nova doença que pode estar associada ao zika vírus.

A criança, um menino de sete meses, chegou a ficar internada para tratamento por nove dias no Instituto Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), no Recife.

"Ele começou a ter febre no dia 1.º de dezembro. No dia 3, estava cheio de bolhas e elas estouravam cada vez que eu tocava nele. Era horrível, porque ele chorava muito e eu não sabia o que fazer", disse Lúcia. O caso não é único: "No hospital explicaram que havia outras crianças com a mesma doença. E então ele foi internado. Rezo todos os dias para ele ficar bom, mas ainda há feridas por todo o corpinho. Dá muito medo não saber o que é exatamente".

Moradora do bairro de Aguazinha, em Olinda, ela diz que os casos de dengue são comuns nas redondezas de sua casa. "Eu já tive dengue três vezes e quase todos os meus vizinhos também. Não sei se alguém teve zika ou chikungunya, mas sei que tem muita gente adoecendo por causa desse mosquito", queixou-se.

Investigação

Em Pernambuco - um dos estados mais afetados pelo surto de doenças provocadas pelo mosquito Aedes Aegypti no País -, médicos infectologistas estão em alerta diante de um novo quadro viral que atinge bebês e crianças com até 2 anos. Pelo menos 25 pacientes foram atendidos e estão sob investigação.

Especialistas descartaram relação da doença com o surto de microcefalia, uma vez que todos os pacientes apresentam perímetro cefálico normal.

São quatro as principais hipóteses levantadas pelos infectologistas: o quadro poderia ser uma manifestação ainda desconhecida do zika vírus; uma nova manifestação de enterovírus; poderia ser provocado por bactérias como a estreptococos ou estafilococos; ou ainda ser uma associação das arboviroses com outra infecção. As bolhas aparecem no terceiro dia de doença. Os casos foram notificados à Secretaria Estadual de Saúde.

Acompanhe tudo sobre:BebêsDoençasPernambucoSaúde

Mais de Brasil

Defesa de Collor reitera pedido por prisão domiciliar com atestado de Parkinson e transtorno bipolar

Gilmar Mendes retira pedido e julgamento de Collor segue no plenário virtual

Bolsonaro segue na UTI, 'sem febre ou alterações da pressão', diz boletim médico

Desaceleração no fim de 2024 faz Brasil cair seis posições em ranking global da produção industrial