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Maia diz que governo ainda não tem 308 votos para Previdência

A contagem indica que há pouco mais de 250 parlamentares dispostos a aprovar a medida

Maia: "Hoje infelizmente ainda não temos os 308 votos", declarou Maia (Adriano Machado/Reuters)

Maia: "Hoje infelizmente ainda não temos os 308 votos", declarou Maia (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de fevereiro de 2018 às 20h59.

São Paulo - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou na noite desta quarta-feira, 7, que o governo continua a não ter os 308 novos necessários para a aprovação da reforma da Previdência. A contagem indica que há pouco mais de 250 parlamentares dispostos a aprovar a medida, disse ele após fazer apresentação em evento fechado do BTG Pactual.

"Hoje infelizmente ainda não temos os 308 votos", declarou Maia, destacando que a estratégia vai ser construir a maioria na Câmara para conseguir chegar ao número necessários. "Uma votação sinalizando que vai perder, há a chance de ter 100 votos ou nem ter quórum", afirmou ao ser perguntado se o governo vai insistir com a votação da reforma mesmo sabendo que não tem os votos necessários.

Sobre a nova mudança do texto da reforma, que reduziu o tempo de contribuição de 25 anos para 15, entre outras medidas, Maia ressaltou que o importante é com este texto "dialogar com outras forças políticas que não estão no debate",como os prefeitos e governadores.

O deputado ressaltou que os dirigentes municipais e estaduais têm uma agenda no Congresso de interesse deles e a Previdência é um dos pontos que interessam dentro das conversas de reorganização fiscal destas entidades da federação. "Vamos tentar com prefeitos e governadores para ver se encontramos uma agenda em comum", afirmou o presidente da Câmara.

"Temos consolidados mais de 250 votos e precisamos agregar outras bases e a base de prefeitos e governadores tem muita força com os deputados." Maia ressaltou que no ano passado o déficit previdenciário dos Estados "explodiu", o que fez os governadores reduzirem investimentos em outros itens, como segurança e educação, para cobrir o rombo da Previdência.

O parlamentar citou, entre os exemplos, o caso de Minas Gerais, que registrou déficit previdenciário de R$ 16 bilhões e o do Rio, que bateu em R$ 12 bilhões. "Essa sangria fiscal de todos os entes da federação precisa de um debate racional." Maia reforçou que o texto da Previdência será enviado para a votação no próximo dia 20. "É uma votação que vai ter muito debate. Vamos dar espaço para a oposição debater de forma transparente", declarou o presidente da Câmara, afirmando ser defensor da igualdade da previdência pública com a privada. "Essa reforma trata dessa igualdade. Essa é uma demanda da sociedade."

A ideia de procurar os governadores para conseguir apoio dos deputados foi de Maia, disse ele a jornalistas. "Eu fui procurado pelos governadores pedindo para pautar projetos que garantam receitas para os governos. O Congresso não tem mais condição de todo ano garantir receitas para prefeitos e governadores sem um debate sério sobre a questão da despesa."

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