Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 17 de setembro de 2025 às 07h00.
A maioria dos brasileiros afirma que houve tentativa de golpe de Estado em 2022 e que o ex-presidente Jair Bolsonaro participou do plano, segundo dados da pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 17.
Esta é a primeira pesquisa realizada após o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que condenou Bolsonaro e outros sete aliados por tentativa de golpe de Estado.
Para 55% dos entrevistados, houve tentativa de golpe, contra 38% que pensam o contrário. Na comparação com a última pesquisa que realizou essa pergunta, em dezembro de 2024, o percentual de quem acredita que houve tentativa de ruptura institucional subiu cinco pontos percentuais.
Sobre a participação de Bolsonaro na trama golpista, 54% acreditam que o ex-presidente teve envolvimento. Esse índice vem subindo gradativamente desde dezembro de 2024, quando era 47%.
O levantamento também mostra que cresceu de 36% para 42% a opinião de que o indiciamento de Bolsonaro foi imparcial, e recuou de 52% para 47% a percepção de que houve perseguição.
A pesquisa ainda questionou a opinião das pessoas sobre a pena contra Bolsonaro. Para 49%, a decisão de 27 anos e três meses de prisão foi exagerada, 35% consideraram adequada e 12% consideraram insuficiente.
Sobre a prisão domiciliar do ex-presidente, a maioria (51%) considera a decisão do ministro Alexandre de Moraes como adequada, enquanto 28% acreditam que a determinação é exagerada.
A pesquisa Genial/Quaest realizou 2.004 entrevistas presenciais entre os dias 12 e 14 de agosto com brasileiros de 16 anos ou mais, em todas as regiões. O nível de confiança do levantamento é de 95%, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu na última quinta-feira, 11, condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão no julgamento de trama golpista. Outros sete réus também foram condenados, com penas que variam de dois a 26 anos.
Na decisão sobre os efeitos civis e administrativos da pena, a Corte decidiu que todos os condenados ficarão inelegíveis por 8 anos depois do cumprimento da pena.
Também foi determinado que os condenados terão que pagar uma multa coletiva por danos morais de R$ 30 milhões
Bolsonaro é quem terá de cumprir mais tempo em regime fechado por ser considerado o líder da organização criminosa. Já Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência e delator da ação, teve pena dois anos em regime aberto, a mais curta dentre os oito réus.