Brasil

Mais de 9 milhões de brasileiros trabalham fora do município onde moram, diz Censo

Dados do IBGE mostram que 7,9 milhões realizam deslocamentos pendulares, cruzando fronteiras municipais três vezes por semana para trabalhar

Publicado em 9 de outubro de 2025 às 10h19.

O Censo Demográfico 2022, divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), identificou que 9,3 milhões de pessoas trabalham em municípios diferentes de onde residem. Esse contingente representa 10,7% dos ocupados no país e evidência a relevância dos deslocamentos intermunicipais na dinâmica do mercado de trabalho brasileiro.

Entre esses trabalhadores, 7,9 milhões realizam o trajeto de forma pendular, ou seja, deslocam-se para outro município três dias ou mais por semana para exercer suas atividades profissionais. O dado reflete a crescente integração entre cidades e regiões, especialmente em áreas metropolitanas e polos econômicos de médio porte.

SP, GO e Nordeste concentram maiores fluxos de deslocamento

De acordo com o IBGE, os maiores percentuais de deslocamentos intermunicipais foram registrados nos estados de São Paulo, Goiás, Rio Grande do Norte, Sergipe e Pernambuco. Somente em São Paulo, cerca de 2,8 milhões de pessoas se deslocam diariamente para outro município a trabalho.

Por outro lado, unidades da federação com maior dispersão territorial ou oferta de empregos locais apresentaram índices menores. No Amazonas, 98,1% dos trabalhadores atuam no mesmo município em que residem. Em Sergipe, essa proporção é de 82,7%.

Esses dados indicam que, enquanto regiões mais urbanizadas concentram fluxos pendulares intensos, estados com menores densidades populacionais mantêm vínculos laborais mais localizados.

Mudanças no perfil da mobilidade

Em comparação com o Censo de 2010, o levantamento de 2022 mostra um decréscimo de 5 pontos percentuais no trabalho realizado no próprio domicílio e um aumento de 6,6 pontos percentuais no número de pessoas que trabalham fora de casa, mas dentro do mesmo município.

O deslocamento para outra cidade, embora ainda relevante, diminuiu em termos absolutos, reflexo de transformações no mercado de trabalho — como o avanço do trabalho híbrido e remoto após a pandemia de COVID-19, além da expansão dos serviços e do comércio locais em cidades médias.

Mudanças na pesquisa

O IBGE também introduziu ajustes metodológicos no questionário do Censo 2022 para captar com maior precisão o fenômeno da pendularidade, substituindo o critério anterior de “deslocamento diário” por “três dias ou mais por semana”. A mudança busca alinhar as estatísticas nacionais às novas dinâmicas da mobilidade laboral.

Ainda segundo o IBGE, os dados serão fundamentais para orientar políticas de mobilidade, infraestrutura e desenvolvimento regional, contribuindo para reduzir o tempo de deslocamento e melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores.

Acompanhe tudo sobre:IBGEpopulacao-brasileira

Mais de Brasil

Previsão do tempo: São Paulo deve ter chuva e frio nesta quinta-feira, 9

Em SP, 1 em cada 4 trabalhadores gasta mais de 1 hora no trajeto para empresa

Carro, ônibus ou trem: qual é o transporte mais usado pelos brasileiros para trabalhar?

Mais de 8 milhões de brasileiros demoram mais de 1 hora para chegar ao trabalho, diz Censo