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Maranguape, no Ceará, é a cidade mais violenta do Brasil; veja a lista com as 20 primeiras posições

Com cerca de 108 mil habitantes, o município contabilizou 87 mortes, alcançando a taxa de 79,9 por 100 mil habitantes

Agência o Globo
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Publicado em 25 de julho de 2025 às 07h31.

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A cidade mais violenta do Brasil no último ano foi Maranguape (CE), na região metropolitana de Fortaleza, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado na manhã de quinta-feira. Com cerca de 108 mil habitantes, o município contabilizou 87 mortes, alcançando a taxa de 79,9 por 100 mil habitantes. Assim como outras no Ceará, o território é palco de uma disputa entre duas facções criminosas, a fluminense Comando Vermelho (CV) e o grupo local Guardiões do Estado (GDE).

Jequié, na Bahia, antes em terceiro lugar na lista das cidades mais violentas do país, assumiu o segundo posto, com taxa de 77,6 mortes por 100 mil habitantes. A posição é justificada pela alta letalidade policial. Das 131 mortes violentas registradas no último ano, 44 foram provocadas pelas polícias. Ou seja, uma em cada três mortes.

O terceiro lugar é ocupado pelo município de Juazeiro, também na Bahia, com taxa de 76,2 por 100 mil. A cerca de 500 quilômetros de distância da capital e com 250 mil habitantes, a cidade reflete a interiorização da violência que tomou o Brasil, em grande medida pela expansão de grupos criminosos. Na cidade, segundo o anuário, atuam ao menos duas facções que operam o narcotráfico: o Bonde dos Malucos (BDM) e uma dissidência dele, intitulada Honda 34.

As cidades mais letais

Nove dos 20 municípios com mais mortes violentas intencionais ficam na Bahia.

  • Maranguape (CE) - 79,9
  • Jequié (BA) - 77,6
  • Juazeiro (BA) - 76,2
  • Camaçari (BA) - 74,8
  • Cabo de Santo Agostinho (PE) - 73,3
  • São Lourenço da Mata (PE) - 73
  • Simões Filho (BA) - 71,4
  • Caucaia (CE) - 68,7
  • Maracanaú (CE) - 68,5
  • Feira de Santana (BA) - 65,2
  • Itapipoca (CE) - 63,8
  • Sobral (CE) - 59,9
  • Sorriso (MT) - 59,7
  • Porto Seguro (BA) - 59,7
  • Marituba (PA) - 58,8
  • Teófilo Otoni (MG) - 58,2
  • Santo Antônio de Jesus (BA) - 57,7
  • Santana (AP) - 54,1
  • Ilhéus (BA) - 54
  • Salvador (BA) - 52

Fonte: Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Dados de 2024 para centros urbanos com mais de 100 mil habitantes

Todas as dez cidades mais violentas mapeadas pelo anuário ficam no Nordeste — estão distribuídas nos estados da Bahia (5), Ceará (3), e Pernambuco (2). Nos conflitos sangrentos em torno de disputas do crime organizado, prevalecem as vítimas jovens, do sexo masculino, via de regra negros e moradores de áreas periféricas. Se nos estados de Pernambuco e Ceará a participação policial nas mortes violentas é relativamente baixa, a Bahia apresenta altos índices de letalidade pelas forças de segurança.

Mortes violentas

Em tendência de queda, o número de mortes violentas intencionais apresentou nova redução no Brasil, com 44.127 vítimas em 2024. É o menor número desde 2012, início das medições. A taxa por cem mil habitantes, de 20,8, é também a mais baixa, com diminuição de 5,4% em relação ao ano anterior. Apesar disso, o país registrou 81.873 desaparecidos no período — parte deles, possivelmente, assassinados por facções criminosas que enterram em cemitérios clandestinos ou queimam seus desafetos.
Na classificação criada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, responsável pelo levantamento, mortes violentas intencionais são a soma dos casos de homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes decorrentes de intervenções policiais em serviço e fora.

A mortalidade observada em 2024 é mais localizada em cidades que sofrem com disputas de facções criminosas pelos mercados nacional e internacional de drogas. Em paralelo às mortes provocadas pelo crime organizado, a violência mais acentuada em alguns municípios é explicada também pela resposta das polícias a esse fenômeno. As forças de segurança, em especial a militar, têm reagido de forma mais extrema à criminalidade.

Segundo o Anuário, as mortes decorrentes de intervenção policial, termo técnico para os assassinatos cometidos pela polícia, representavam 8,1% do total de mortes violentas do país em 2017. Já em 2024, essa participação alcançou 14,1% de todas as mortes.

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