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Mauro Vieira afirma que militarização da América Latina deve ser rejeitada

Em audiência na Câmara, ministro das Relações Exteriores reafirma a posição do governo Lula contra a militarização da América Latina e Caribe

Agência o Globo
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Publicado em 1 de outubro de 2025 às 13h23.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta quarta-feira, em audiência pública na Câmara dos Deputados, que manter a América Latina e o Caribe como zona de paz é uma prioridade do governo brasileiro. Sem citar nomes, Vieira fez essa declaração em referência ao envio de navios militares americanos para a região.

“Vivemos um momento crescente de polarização e instabilidade na América Latina e no Caribe. Manter a região como zona de paz é nossa prioridade. Somos um continente livre de armas de destruição em massa, sem conflitos étnicos e religiosos. A estabilidade da América Latina e do Caribe depende da preservação de seus valores pacíficos e da rejeição clara a qualquer forma de militarização”, afirmou o chanceler a deputados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara.

Posição do governo Lula e instabilidade regional

A fala de Vieira ocorre em um momento em que o governo Lula busca reafirmar o compromisso do Brasil com a solução pacífica de controvérsias, a defesa da soberania nacional e a rejeição a intervenções militares externas. O contexto, no entanto, é marcado por sinais de instabilidade no entorno regional.

Nos últimos meses, navios militares dos Estados Unidos circularam no mar do Caribe em demonstrações de força, e barcos venezuelanos chegaram a ser abatidos por forças americanas, o que acirrou o clima de tensão entre Washington e Caracas. Esses episódios expõem as fragilidades de uma região que, embora sem guerras interestatais recentes, convive com disputas políticas, crises econômicas e rivalidades estratégicas.

Rejeição à militarização e ao uso de forças externas

“São graves, são sérias, as movimentações militares próximas de águas territoriais de outros estados do Caribe. Não houve ainda, e espero que não haja, invasão de mar territorial de nenhum país (da região) ou qualquer atividades hostil”, afirmou.

A justificativa dos EUA para as ações militares é o combate ao narcotráfico. Para interlocutores do governo brasileiro, porém, a Casa Branca quer mudar o regime de governo do venezuelano Nicolás Maduro. O governo americano ofereceu um prêmio como recompensa para quem ajudar a captura de Maduro, chamado por Washington de "chefe de cartel".

Vieira reforçou a posição do governo Lula de que não se deve misturar narcotráfico com terrorismo. Lembrou que há inúmeros acordos internacionais sobre tráfico de drogas.

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