Brasil

Meirelles admite que votação da Previdência fique para 2018

Sobre o número de votos para aprovação da reforma, o ministro não respondeu se há a quantidade necessária

Meirelles: "Certamente estamos preparados para, qualquer necessidade, votar [a reforma] no início do próximo ano" (Adriano Machado/Reuters)

Meirelles: "Certamente estamos preparados para, qualquer necessidade, votar [a reforma] no início do próximo ano" (Adriano Machado/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 12 de dezembro de 2017 às 16h43.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, admitiu hoje (12) a possibilidade de que a reforma da Previdência possa ser votada no início do ano que vem, apesar de reafirmar que o governo federal continua seus trabalhos para que haja aprovação ainda este ano. A declaração foi dada no almoço anual da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

"Certamente estamos preparados para, qualquer necessidade, votar [a reforma] no início do próximo ano", disse.

"O esforço do governo, o esforço de todos, o compromisso e esforço do presidente da República, do presidente da Câmara, da equipe econômica, dos líderes, é que seja votada na semana que vem. Agora é o que eu estou dizendo, se porventura, por alguma razão, isso não for viável, certamente começo de 2018 é uma hipótese".

Sobre o número de votos para aprovação da reforma, o ministro não respondeu se há a quantidade de votos necessária, mas disse que há uma avaliação diária da situação pelo governo federal.

Meirelles acredita que existem riscos caso a reforma não seja aprovada. "Se a reforma da Previdência fosse, o que não acreditamos, derrotada, certamente haveria aí uma redução da nota de crédito do Brasil, teria consequências importantes para o custo de financiamento ao Brasil e, em consequência, para empresas, famílias e etc, na medida em que aumenta o risco país", avaliou.

"Se não houver uma votação agora, há uma expectativa, no entanto, muito forte, de que de fato será votada e aprovada logo no início do ano, aí vamos ver exatamente qual será a reação das agências, mas não há dúvida de que o que está claro é que a não aprovação tem um efeito de fato negativo".

O ministro foi questionado por jornalistas sobre os custos nas contas do governo devido às concessões realizadas a parlamentares para garantir a aprovação da reforma. Segundo Meirelles, a reforma terá um ganho "significativo" em uma perspectiva de dez anos, que pode chegar a R$ 600 bilhões, e que as concessões são apenas uma fração desse benefício. Ele acrescentou que qualquer mudança orçamentária decorrente disso deverá ser alocada dentro do limite do teto de gastos, juntamente a todas as outras despesas do governo federal.

"Esse ganho [com a reforma da Previdência] é substancial, decisivo e necessário para o equilíbrio das contas públicas brasileiras. Eventuais projetos [concessões a parlamentares] que sejam aprovados, que levem à redução de arrecadação ou eventual aumento de despesa - levando em conta que aumento de despesa tem o limite do teto -, isso já estabelece um limite muito rígido para 2018 e para os próximos anos", disse, acrescentado, "portanto qualquer mudança que for feita na despesa ela tem que estar dentro do teto".

Acompanhe tudo sobre:Michel TemerCâmara dos DeputadosHenrique MeirellesGoverno TemerReforma da Previdência

Mais de Brasil

Formação de ciclone na Argentina provoca alertas de chuvas em estados de três regiões do Brasil

Disputa de 2026 será por 10% do eleitorado desinteressado que busca pelo novo, diz CEO da AtlasIntel

Crise das bebidas com metanol: Procon fiscaliza mais de de mil bares de SP em uma noite

Lula viaja para Roma neste sábado e se encontrará com papa Leão XIV