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Mercosul: Bolsonaro diz que reverterá opiniões distorcidas sobre Amazônia

Presidente disse querer expor as ações que o país tem tomado em favor da proteção da floresta amazônica; em junho queimadas foram as mais altas em 13 anos

Bolsonaro: Em sua fala, Bolsonaro afirmou que o Mercosul é um "aliado essencial" para a "ambiciosa agenda de reformas" (Adriano Machado/Reuters Business)

Bolsonaro: Em sua fala, Bolsonaro afirmou que o Mercosul é um "aliado essencial" para a "ambiciosa agenda de reformas" (Adriano Machado/Reuters Business)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de julho de 2020 às 12h12.

Última atualização em 2 de julho de 2020 às 12h14.

Em encontro da cúpula do Mercosul, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quinta-feira, 2, que buscará um esforço para "desfazer opiniões distorcidas" sobre a política ambiental do Brasil no exterior.

Bolsonaro disse que os próximos meses serão de "grandes desafios" para a América do Sul devido ao novo coronavírus e que será preciso conciliar a preservação de vidas com "o imperativo de recuperar a economia". Ele também defendeu a agenda reformista e fez acenos por novos acordos comerciais do bloco.

"Nosso governo dará prosseguimento ao diálogo com diferentes interlocutores para desfazer opiniões distorcidas sobre o Brasil e expor as ações que temos tomado em favor da proteção da floresta amazônica e do bem estar das populações indígenas", disse Bolsonaro no encontro, que acontece por videoconferência.

No entanto, só no mês de junho o Brasil registrou o maior número de focos de queimadas na Amazônia dos últimos 13 anos. Foram registrados 2.248 focos de calor neste último mês, um volume que não era atingido desde 2007 e que representa um aumento de 19,57% em relação ao registrado em junho de 2019, quando 1.880 focos foram detectados.

O Mercosul é formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. A Venezuela também fazia parte do bloco, mas teve a participação suspensa em 2017 por ruptura da ordem democrática. Sobre isso, Bolsonaro afirmou que espera que a Venezuela "retome o quanto antes o caminho da liberdade".

O presidente também lamentou que a Bolívia, que está em processo de adesão ao Mercosul, não tenha participado dos trabalhos do semestre. "Continuemos todos a defender de modo incansável o compromisso do Mercosul com a democracia", declarou.

Em sua fala, Bolsonaro afirmou que o Mercosul é um "aliado essencial" para a "ambiciosa agenda de reformas" que o seu governo tem buscado implementar. O objetivo, segundo ele, é tornar o Estado mais eficiente e a economia mais dinâmica.

"No ano passado, alcançamos uma conquista histórica ao conseguir aprovar a reforma da Previdência. Estamos empenhados agora em outras reformas. Temos atuado com o mesmo empenho na melhoria do ambiente de negócios, atração de investimentos e renovação da infraestrutura", disse Bolsonaro.

"Buscamos também mais e melhor inserção do Brasil na região e no mundo. E o Mercosul é nosso principal veículo para essa inserção. Os históricos acordos selados em 2019 com a União Europeia e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) evidenciam que estamos no caminho certo", emendou.

Além do acordo de livre-comércio firmado com a União Europeia no ano passado, que ainda terá de passar por processo de ratificação, Bolsonaro disse que "o Brasil está disposto a avançar em outros entendimentos com parceiros mundo afora".

"Queremos levar adiante Canadá, Coreia, Cingapura e Líbano. Queremos expandir acordos vigentes com Israel e Índia e abrir novas frentes na Ásia. Temos todo interesse de buscar tratativas com países da América Central."

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