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Mesmo com Trump falando o que quiser, Brasil tem um colchão contra crise, diz Lula

As reservas internacionais brasileiras são, segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a proteção da economia brasileira contra uma crise econômica global

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante visita ao centro de logística do Mercado Livre: reservas cambiais brasileiras garantem o país durante crises (Palácio do Planalto/Divulgação)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante visita ao centro de logística do Mercado Livre: reservas cambiais brasileiras garantem o país durante crises (Palácio do Planalto/Divulgação)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 7 de abril de 2025 às 19h25.

Última atualização em 7 de abril de 2025 às 19h55.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira, 7, que as reservas internacionais brasileiras, hoje em US$ 336 bilhões, garantem tranquilidade ao país em momentos de crise como o que mundo vive após o anúncio de tarifas recíprocas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

"Fizemos uma reserva [nos anos 2000] que segura este país até hoje contra qualquer crise. Mesmo que o Trump fale o que quiser falar, o Brasil está seguro porque temos um colchão de US$ 350 bilhões", afirmou Lula, em evento em São Paulo.

O discurso de Lula veio após mais um dia de perdas fortes nos mercados financeiros na esteira das tarifas recíprocas anunciadas por Trump na semana passada.

O presidente visitou um dos maiores centros de distribuição da plataforma de varejo online Mercado Livre, ao lado dos ministros Fernando Haddad, Márcio França e Luiz Marinho, para um anúncio de investimentos de R$ 34 bilhões que a companhia fará no país neste ano.

Mais cedo, Lula e integrantes do governo estiveram em Montes Claros (MG) para anúncio de investimentos da farmacêutica Novo Nordisk em sua fábrica.

“Quando vejo o Fernando Yunes [CEO do Mercado Livre no Brasil] anunciar R$ 34 bilhões, digo que sou um cara de sorte. Porque tinha muito pouco investimento no país”, afirmou Lula.

O presidente não leu o texto que havia levado para o evento e preferiu falar de improviso. Em sua fala, aumentou o tom ao citar agentes de mercado que sinalizam para desaceleração da economia em meio ao cenário macroeconômico mais complexo.

"Disseram que não íamos crescer. Crescemos 3,2% em 2023 e 3,8% em 2024. Agora dizem que a economia vai desacelerar. Quero dizer aqui que outra vez a economia vai crescer", afirmou, destacando o anúncio do novo crédito consignado para trabalhadores das companhias privadas. “O mercado não conhece o que é o microcrédito chegando na mão de milhares e milhares de pessoas.”

Haddad defende consignado privado

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a destacar a criação do crédito consignado privado ao falar à plateia que incluía trabalhadores do Mercado Livre.

De acordo com Haddad, o acesso ao consignado privado permite que trabalhadores troquem dívidas com juros altos por linhas de crédito mais baratas. “Às vezes você já está com uma dívida no cartão de crédito, no crediário, ou com uma venda daquele bairro com juros altíssimos. A primeira maneira de se organizar é trocando essa dívida cara por uma dívida barata”, afirmou o ministro durante evento.

Na avaliação do ministro, a modalidade de crédito deve atrair interesse dos grandes bancos privados, aumentando a concorrência e derrubando as taxas de juros.

Segundo ele, a expectativa é de que a modalidade reduza pela metade o valor das parcelas mensais, graças aos juros mais baixos proporcionados pela garantia do desconto direto em folha.
“Os juros ainda estão altos. Temos trabalho pela frente para continuar reduzindo a taxa de juros e impedir o endividamento das famílias”, disse o ministro.

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