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Ministro diz que solução para risco hidrológico deve sair em 30 dias

O risco hidrológico refere-se ao salto de preços nas contas de luz durante períodos de escassez de chuva

O presidente Jair Bolsonaro e o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque (Twitter/Reprodução)

O presidente Jair Bolsonaro e o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque (Twitter/Reprodução)

AB

Agência Brasil

Publicado em 23 de janeiro de 2019 às 15h28.

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, reafirmou hoje (23) que espera chegar, em até 30 dias, a uma solução para o impasse do chamado risco hidrológico (generation scale factor - GSF, na sigla em inglês), que afeta o preço das conta de luz, em razão da escassez de chuva.

"[O risco hidrológico] é um problema recorrente, teve no passado, e resolver o presente é uma das nossas prioridades. Acredito que podemos lograr êxito em resolver nos próximos 30 dias, tão logo o Congresso assuma e inicie seus trabalhos", disse.

Segundo o ministro, parte da solução envolve a votação, na Câmara dos Deputados, do projeto de Lei 10.985/18, que altera regras do setor.

A legislação atual obriga as usinas a produzirem uma quantidade mínima de energia.

Quando o volume gerado fica abaixo do piso, as hidrelétricas acabam recorrendo a outras fontes, como as térmicas, para assegurar o volume de energia, o que tenda a encarecer o custo da energia produzida.

A proposta que tramita no Congresso isenta as hidrelétricas de multa quando a causa for considerada "não hidrológica".

O impasse envolvendo o risco hidrológico começou em 2015, quando, em razão da escassez de chuvas, as geradoras de energia não conseguiam produzir toda a energia prevista nos contratos de fornecimento e tiveram que comprar energia de outros fornecedores para cumprir seus compromissos.

Diversos geradores do mercado livre entraram com pedidos de liminar para suspensão do pagamento. No ano passado, o passivo do ambiente de contratação livre girou em torno de R$ 11 bilhões.

O ministro disse ainda que uma solução estruturante para o problema passa pela revisão desse volume, a garantia física, que é a expectativa de geração, no longo prazo, que cada usina pode fornecer ao sistema e de mudanças no mecanismo de realocação de energia (MRE) que promove o compartilhamento do risco hidrológico entre as usinas hidráulicas.

Durante café da mahã com jornalistas, Bento disse que, além do risco hidrológico, são prioridade para a pasta, em 2019, a retomada da construção da Usina Nuclear de Angra 3 e a realização do leilão de sessão onerosa.

O ministro disse aque trabalha em temas como a modernização do setor elétrico, a renegociação do contrato das Usina de Itaipu, na busca de empresas para o mercado de refino de combustíveis e na dinamização de investimentos no setor de mineração.

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