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Moraes autoriza acareação entre Cid e ex-assessor de Bolsonaro em investigação da trama golpista

Ministro do STF autoriza acareação no processo sobre a tentativa de golpe, marcada para o dia 13 de agosto

Agência o Globo
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Publicado em 6 de agosto de 2025 às 12h06.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a realização de uma acareação entre o tenente-coronel Mauro Cid, delator no processo da trama golpista e ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, e o coronel Marcelo Câmara, que atuou como assessor do ex-mandatário. A sessão está marcada para o próximo dia 13 de agosto, às 11h30.

Pedido de acareação e pontos controversos no depoimento de Mauro Cid

A defesa de Marcelo Câmara solicitou a acareação, argumentando que ela é “imprescindível na busca da verdade real”, diante de três pontos considerados contraditórios nas declarações prestadas por Cid à Polícia Federal.

Especificamente, os advogados contestam as seguintes afirmações feitas por Mauro Cid durante seu depoimento:

  • A alegação de que Marcelo Câmara teria acessado e manipulado as chamadas “minutas golpistas” em reuniões realizadas no Palácio da Alvorada;
  • A declaração de que o coronel promovia um monitoramento “perene, contínuo e consciente” sobre o ministro Alexandre de Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin;
  • O relato de que, no início do monitoramento, Câmara não sabia o motivo dos pedidos de informações feitos por Cid, mas com o tempo teria se dado conta do verdadeiro propósito das solicitações feitas pelo major Rafael Martins de Oliveira.

O objetivo da acareação e o contexto do inquérito

A defesa de Câmara argumenta que as declarações de Cid são “isoladas e dissociadas dos demais elementos de prova” reunidos no inquérito. Por isso, acreditam que a acareação é essencial para esclarecer as incongruências entre as versões apresentadas e contribuir para o esclarecimento dos fatos investigados.

Outras acareações e o impacto da colaboração de Cid

Cid já passou por outra acareação, realizada entre ele e o ex-ministro e general Braga Netto. Durante essa audiência, Cid reafirmou que recebeu uma quantia em dinheiro vivo dentro de uma 'caixa de vinho' fechada das mãos de Braga Netto. O ex-ministro, por sua vez, contestou a versão apresentada por Cid, afirmando que o colaborador estava “faltando com a verdade”.

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