Brasil

Moraes determina soltura de militar alvo de investigação da PF em inquérito sobre golpe de Estado

Coronel Bernardo Romão Correa Netto estava nos Estados Unidos e retornou ao Brasil para ser preso, há um mês

Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) (Carlos Moura/SCO/STF/Flickr)

Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) (Carlos Moura/SCO/STF/Flickr)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 8 de março de 2024 às 15h11.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a soltura do coronel do Exército Bernardo Romão Corrêa Neto. Ele estava nos Estados Unidos quando foi deflagrada a operação da Polícia Federal que o investigava por suposta participação na organização criminosa que planejou um golpe de Estado. Ao retornar ao Brasil, em 11 de fevereiro, foi preso.

Corrêa Netto é apontado pela PF como o organizador de uma reunião de oficiais das Forças Especiais do Exército para discutir a trama golpista em 28 de novembro de 2022 , quase um mês após o segundo turno das eleições presidenciais.

Na época, o coronel era assistente do Comando Militar do Sul e apontado como homem de confiança do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ambos também alvos da apuração.

Ao pedir a sua prisão, determinada por Moraes, a PF indicou que diálogos encontrados no celular de Cid demonstram que Corrêa Netto selecionou para a referida reunião apenas os militares formados no curso de Forças Especiais (os chamados Kids Pretos), e que o fato "demonstra planejamento minucioso para utilizar, contra o próprio Estado brasileiro, as técnicas militares para consumação do golpe de Estado".

Na decisão, o ministro pontuou que havia uma atuação de Corrêa Netto "nas medidas direcionadas à disseminação de notícias falsas por integrantes das Forças Armadas em associação com outros membros do grupo criminoso para desacreditar o processo eleitoral".

O ministro disse, ainda, que a apuração demonstra que o coronel acompanhava de forma próxima "o desenrolar das providências que criariam ambiente favorável ao golpe de Estado, assim como da efetivação das medidas práticas relacionadas com aqueles propósitos", como o caso da circulação de um documento intitulado "carta ao comandante do Exército de oficiais superiores da ativa do Exército brasileiro". A carta foi elaborada, como ressaltou Moraes, com o objetivo de ser um instrumento de pressão ao então comandante do Exército, Freire Gomes.

Acompanhe tudo sobre:Alexandre de MoraesSupremo Tribunal Federal (STF)Polícia Federal

Mais de Brasil

Brasil pode ser líder em aço verde se transformar indústria com descarbonização, dizem pesquisadores

Cassinos físicos devem ser aprovados até 2026 e temos tecnologia pronta, diz CEO da Pay4fun

Com aval de Bolsonaro, eleição em 2026 entre Lula e Tarcísio seria espetacular, diz Maia

Após ordem de Moraes, Anatel informa que operadoras bloquearam acesso ao Rumble no Brasil