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Moraes diz que não admite 'tumulto processual' e nega pedido de Bolsonaro sobre suposta conta de Cid

Ministro do STF afirmou que questão será analisada 'no momento adequado' e não aceitou solicitação para atrasar alegações finais

Agência o Globo
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Publicado em 1 de julho de 2025 às 09h20.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou na segunda-feira, 30, um pedido apresentado pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre uma suposta conta do Instagram do tenente-coronel Mauro Cid antes de apresentar as alegações finais na ação penal da trama golpista.

Moraes afirmou que "não será admitido tumulto processual e pedidos que pretendam procrastinar o processo". O ministro ainda disse que "o curso da ação penal seguirá normalmente, e a Corte analisará as questões trazidas no momento adequado".

Na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes abriu prazo de 15 dias para a PGR apresentar seu posicionamento no processo, no qual irá defender a absolvição ou condenação de Bolsonaro e dos demais réus. Essa é uma das últimas etapas da ação.

Entretanto, o advogado Celso Vilardi, que defende Bolsonaro, queria que a PGR se manifestasse sobre dados apresentados pela Meta e pelo Google em relação ao perfil do Instagram. Para Vilardi, as informações mostram que Cid foi o responsável por criar a conta. O militar, por sua vez, voltou a negar na semana passada, em depoimento à Polícia Federal (PF), ter utilizado o perfil.

Vilardi ressaltou que as informações apresentadas pela Meta, dona do Instagram apontam não só que a conta foi criada usando um e-mail de Mauro Cid como que houve a verificação desse endereço. Além disso, apontam, em um dia, acessos com diferença de apenas um minuto no Instagram e no e-mail.

Outra alegação é que o protocolo de identificação (IP, na sigla em inglês) de um dos acessos foi feito na mesma região em que Cid mora, em Brasília. Além disso, o número de registro da conta de Instagram foi utilizado pelo militar.

"O que, portanto, tem se revelado nestes autos é que as mentiras do delator não só têm se amontoado, como também são cada vez mais descaradas e, aparentemente, envolvem destruição de prova", afirma Vilardi, ressaltando que a conta foi deletada.

Em seu depoimento, no entanto, o tenente-coronel negou ter criado o perfil e disse não saber quem criou. Também afirmou não utilizar redes privadas (VPN), instrumento para disfarçar a real localidade do usuário.

À PF, Cid ainda negou que tenha conversado com o advogado Eduardo Kuntz pela plataforma. Kuntz afirmou ao STF que trocou mensagens com o militar pela conta.

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