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Moraes libera visitas a ex-assessor de Bolsonaro preso por tentativa de obstrução de Justiça

Visitas a Marcelo Costa Câmara ficam limitadas a parentes próximos; demais precisam de aval do ministro do STF

A decisão do STF destaca que todas as demais visitas — com exceção de advogados habilitados no processo — dependerão de autorização expressa do ministro relator. (Mateus Bonomi/Anadolu Agency/Getty Images)

A decisão do STF destaca que todas as demais visitas — com exceção de advogados habilitados no processo — dependerão de autorização expressa do ministro relator. (Mateus Bonomi/Anadolu Agency/Getty Images)

Agência o Globo
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Publicado em 20 de junho de 2025 às 18h46.

Última atualização em 20 de junho de 2025 às 19h02.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou que o ex-assessor especial de Jair Bolsonaro Marcelo Costa Câmara receba visitas presenciais e virtuais de familiares enquanto estiver preso no Batalhão da Polícia do Exército em Brasília. A decisão, assinada nesta sexta-feira, libera o acesso de esposa, filhos, pais e irmãos do investigado, desde que respeitadas as normas internas da unidade militar.

Preso preventivamente nesta quarta-feira por suspeita de ter buscado, com a ajuda de seu advogado, detalhes da colaboração do tenente-coronel Mauro Cid para interferir na investigação da trama golpista, Câmara terá direito às visitas nos dias e horários previamente estabelecidos pelo batalhão. A decisão destaca que todas as demais visitas — com exceção de advogados habilitados no processo — dependerão de autorização expressa do ministro relator.

“Autorizo a realização de visitas \[…] desde que atendidas as normas regulamentares do batalhão em que estiver recolhido”, escreveu Moraes. A medida também determina que os advogados devem seguir as regras internas da unidade, mesmo tendo livre acesso ao investigado.

O despacho foi enviado ao comandante do Batalhão da Polícia do Exército de Brasília, tenente-coronel Carlos Augusto da Silva Neto, com ordem de comunicação imediata, inclusive por meios eletrônicos. O caso segue em apuração no STF, sob relatoria de Moraes, no âmbito do inquérito que investiga a organização criminosa responsável por planejar e financiar os atos golpistas de 8 de janeiro.

O coronel é um dos réus do chamado "núcleo dois" da trama golpista e sua prisão se deu após seu advogado, Eduardo Kuntz, informar ao STF nesta semana que manteve conversas, no ano passado, com o tenente-coronel Mauro Cid sobre sua colaboração premiada por meio de uma conta no Instagram.

Segundo a decisão de Moraes, Câmara descumpriu medidas cautelares impostas anteriormente, entre elas a proibição de uso de redes sociais e de manter contato com outros investigados, o que, na avaliação do ministro, demonstra “completo desprezo pelo Poder Judiciário” e risco à ordem pública.

A informação dos contatos entre Cid e Kuntz contraria uma fala do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro em seu interrogatório na semana passada no STF. O teor das mensagens, que teriam sido trocadas por meio de uma conta de Instagram que supostamente pertenceria à esposa de Cid, foi publicado em reportagem da revista Veja.

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