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Moraes suspende inquérito sobre remoção de corpos após megaoperação no Rio

Decisão foi tomada logo após o ministro determinar que o governo do Rio preserve as imagens das câmeras corporais dos agentes envolvidos na operação

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 10 de novembro de 2025 às 20h35.

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a suspensão do inquérito aberto pela Polícia Civil do Rio de Janeiro que apura a retirada de corpos na mata entre os complexos do Alemão e da Penha, após a operação policial que resultou em 121 mortes.

A suspensão foi definida na mesma decisão em que Moraes ordenou que o governo estadual preserve as imagens das câmeras corporais dos agentes envolvidos na ação e entregue os laudos de autópsia referentes às vítimas.

No dia seguinte à operação, moradores retiraram dezenas de corpos da área de mata que separa os dois conjuntos de comunidades. O secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, declarou à época que seria aberta uma investigação por possível fraude processual, alegando que moradores estariam removendo roupas camufladas dos corpos.

Em nota, a Polícia Civil informou que, assim que a 22ª Delegacia de Polícia (Penha) tomou conhecimento da situação, foi instaurado um inquérito para apurar indícios do crime de fraude processual.

A corporação afirmou ainda que a apuração não é voltada contra familiares das vítimas, mas investiga supostas ordens de líderes de facções criminosas para ocultar possíveis vínculos dos mortos com organizações criminosas.

Balanço da megaoperação no Rio

Batizada de Operação Contenção, a ação realizada entre as polícias Civil e Militar nesta terça-feira, 28, foi considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro, com saldo de 121 mortos, 113 pessoas presas e mais de 90 fuzis apreendidos, de acordo com dados divulgados pelo governo do estado, na quarta-feira.

Os confrontos começaram após o cerco de forças de segurança às comunidades da Penha e do Alemão, áreas sob domínio do grupo Comando Vermelho. A ação desencadeou uma série de reações do tráfico, incluindo bloqueios em vias expressas e paralisações no sistema de transporte público.

Segundo o governo do Rio, o objetivo da operação foi conter a expansão territorial da facção. Em contrapartida, organizações civis e moradores relataram denúncias de execuções, remoção de corpos e uso excessivo da força por parte dos policiais.

Saiba tudo sobre a megaoperação no Rio de Janeiro

(Com informações da agência O Globo)

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