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Motta admite debater anistia após julgamento de Bolsonaro: pressão aumenta na câmara

Pressão crescente na Câmara pode levar à discussão sobre a anistia após o julgamento de Bolsonaro, gerando divisões políticas e eleitorais

Agência o Globo
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Publicado em 3 de setembro de 2025 às 11h58.

A pressão sobre a Câmara dos Deputados para votar o projeto de anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro, com possível favorecimento ao ex-presidente Jair Bolsonaro, aumentou nos últimos dias. Líderes partidários buscam um acordo para pautar a proposta após o julgamento da trama golpista, que deve terminar no próximo dia 12.

Após uma reunião com líderes partidários, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que inicialmente resistia à pauta, reconheceu que o aumento da pressão pela discussão do tema é evidente. "Os líderes estão cobrando, estamos avaliando e temos que conversar mais", afirmou Motta. Embora tenha descartado uma votação nesta semana, ele não se negou a discutir o projeto em uma próxima reunião com líderes, marcada para ocorrer amanhã ou na terça-feira seguinte.

Articulação de Tarcísio de Freitas ganha força

O movimento em favor da anistia ganhou força com a articulação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que é apontado como possível candidato de oposição à presidência em 2026.

Tarcísio conversou com Motta sobre a questão e, apesar de reconhecer as dificuldades, não descartou o debate da proposta. A articulação de Tarcísio também visa conquistar apoio de Bolsonaro e seus aliados, o que ele espera como um passo fundamental para o futuro político do ex-presidente.

O cenário político também influencia as discussões sobre a anistia. A articulação pela anistia ocorre em meio à crescente pressão do governo Bolsonaro sobre o Poder Judiciário, com aliados buscando reverter a inelegibilidade e outras sanções que possam ser impostas após o julgamento.

Além disso, a estratégia de Milei de não formar alianças políticas tem gerado tensões, e o desempenho de candidatos apoiados pelo governo em eleições locais também tem alimentado o debate.

Indulto e ameaças à justiça

Em paralelo às discussões sobre a anistia, o governador Tarcísio se comprometeu a conceder um indulto a Bolsonaro como "primeiro ato" caso seja eleito presidente da República.

Sua declaração gerou críticas, com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, lamentando a postura de um governador que questiona a Justiça, destacando que Tarcísio foi eleito e empossado com base na confiança no sistema jurídico.

Apesar do crescente movimento em torno da anistia, há ainda muitas dúvidas sobre a amplitude da proposta e o apoio necessário para sua aprovação. Bancadas do União Brasil, PP e Republicanos estão pressionando pela votação, mas o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), considera que essa discussão é um "equívoco".

O cenário ainda permanece incerto, e muitos aguardam os resultados do julgamento de Bolsonaro para avaliar a viabilidade da proposta.

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