Repórter
Publicado em 11 de novembro de 2025 às 15h00.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e líderes partidários decidiram adiar a votação do projeto de lei que trata do combate a facções criminosas. A proposta não será incluída na pauta desta terça-feira, 11 de novembro, por falta de consenso em torno do relatório.
Segundo interlocutores da Casa, inclusive do próprio governo, que se opõe à versão atual do texto, há articulações em curso para que o projeto seja votado na quarta ou quinta-feira.
De autoria do Poder Executivo, o projeto é relatado pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP), ligado à oposição. Derrite está licenciado do cargo de secretário de Segurança Pública de São Paulo, função que exerce na gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Após a reunião de líderes, Motta se encontrou com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, para tratar do conteúdo do projeto. A expectativa é de que Motta se reúna novamente com os líderes e com Derrite após esse encontro.
O relatório de Derrite enfrenta resistência do Palácio do Planalto, que aponta preocupação com trechos que modificam a Lei Antiterrorismo, com a possibilidade de reduzir o papel da Polícia Federal no combate às facções, com um item que poderia ser interpretado como criminalização de movimentos sociais e com limites impostos às medidas de confisco de bens.
Derrite ajustou trechos relacionados à atuação da PF e ao confisco de bens, mas as mudanças não foram suficientes para firmar um acordo com a corporação.
Nesta segunda-feira, a Polícia Federal emitiu uma nota criticando as alterações na proposta e enfatizou que os pontos trazidos por Derrite podem enfraquecer o combate ao crime organizado.
"Pelo relatório apresentado, o papel institucional histórico da Polícia Federal no combate ao crime — especialmente contra criminosos poderosos e organizações de grande alcance — poderá sofrer restrições significativas", diz o comunicado da PF.
(com informações de agência O Globo e Agência Câmara)