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Motta nega traição ao governo com derrubada do IOF e critica 'nós contra eles'

Na última quarta-feira, Motta pautou o projeto, aprovado na mesma noite pela Câmara e pelo Senado

PL da Dosimetria gera discordância entre Senado e Câmara (Bruno Spada/Agência Câmara)

PL da Dosimetria gera discordância entre Senado e Câmara (Bruno Spada/Agência Câmara)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 30 de junho de 2025 às 10h37.

Última atualização em 30 de junho de 2025 às 10h38.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), negou nesta segunda-feira, 30, em vídeo publicado em seu perfil no Instagram, que tenha agido contra o governo ao pautar o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que derrubou o aumento das alíquotas do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF).

“Capitão que vê o barco indo em direção ao iceberg e não avisa não é leal, é cúmplice, e nós avisamos ao governo que essa matéria do IOF teria muita dificuldade de ser aprovada no Parlamento. Presidente de qualquer Poder não pode servir ao seu partido, tem que servir ao seu país”, afirmou.

Na última quarta-feira, Motta pautou o projeto, aprovado na mesma noite pela Câmara e pelo Senado. Líderes do governo disseram que foram pegos de surpresa pela decisão do parlamentar.

O governo argumenta que a derrubada do decreto reduzirá a receita de 2025 em R$ 10 bilhões, o que pode resultar em um novo bloqueio e/ou contingenciamento. Foi a primeira vez desde 1992, ou seja, em 33 anos, que um decreto presidencial foi derrubado pelo Congresso.

Motta ainda afirmou que quem alimenta a polarização, com o "nós contra eles", acaba governando contra todos. Sua fala é uma resposta aos perfis de esquerda que impulsionaram a hashtag #CongressoInimigoDoPovo.

"Quem alimenta o 'nós contra eles' acaba governando contra todos. A Câmara dos Deputados, com 383 deputados, de esquerda e direita, decidiu derrubar um aumento de imposto sobre o IOF, um imposto que afeta toda a cadeia econômica. A polarização política tem cansado muita gente e agora querem criar a polarização social", afirmou.

O discurso de líderes e ministros do governo, como o chefe da Fazenda, Fernando Haddad, é que a gestão petista busca “justiça tributária” e, por isso, implementa medidas que atingem apenas o “andar de cima”.

“Se a ideia for ruim para o Brasil, vou morder. Se for boa, vou assoprar”, disse Motta.

Como contraponto, o presidente da Câmara afirmou que, no mesmo dia da derrubada do aumento do IOF, a Casa aprovou outras três propostas que, segundo ele, beneficiam a população. Destacou a medida provisória que autoriza o investimento de R$ 15 bilhões em habitação e permite ao governo leiloar o excedente de petróleo.

“Isso ajudará o governo a arrecadar algo em torno de R$ 15 bilhões a R$ 20 bilhões sem aumentar impostos”, afirmou.

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