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Movimentos celebram condenação de Lula na Paulista com fogos

Dois caminhões de som e um boneco inflável gigante batizado de pixuleco foram levados para a Paulista pelo Revoltados On Line e MBL

Protesto: nem uma quadra da Av. Paulista chegou a ser ocupada, cena bem diferente dos mega protestos pelo impeachment da Dilma (Leonardo Benassatto/Reuters)

Protesto: nem uma quadra da Av. Paulista chegou a ser ocupada, cena bem diferente dos mega protestos pelo impeachment da Dilma (Leonardo Benassatto/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de janeiro de 2018 às 21h46.

São Paulo - Com baixa adesão popular, movimentos anti-PT comemoraram com fogos e gritos de "Lula na cadeia" na Avenida Paulista, região central de São Paulo, a confirmação da condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira, 24, pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre. O petista foi julgado no caso envolvendo o triplex no Guarujá, litoral paulista, em que ele foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Dois caminhões de som e um boneco inflável gigante batizado de pixuleco, com Lula vestido de presidiário, foram levados para a Paulista pelo Revoltados On Line e Movimento Brasil Livre (MBL). Ao longo do dia, o clima era de otimismo para que os três desembargadores do Rio Grande do Sul confirmassem a sentença do juiz federal Sérgio Moro, na 1ª instância em Curitiba.

Às 17h42, o vereador da capital Fernando Holiday (DEM), um dos coordenadores do MBL, anunciou o último voto e a "vitória" por 3 a 0. "É Lula na cadeia", gritou no microfone em cima do caminhão para um pequeno grupo de manifestantes anti-PT, entre os quais simpatizantes do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) e defensores da intervenção militar no comando do País.

A Polícia Militar e a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) chegaram a interditar três quarteirões da Avenida Paulista na região do Museu de Arte de São Paulo, no sentido da Consolação. Mas nem mesmo uma quadra chegou a ser completamente ocupada, cena bem diferente dos mega protestos pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff entre 2015 e 2016.

Para Marcelo Reis, líder do Revoltados On Line que deve sair candidato a deputado federal pelo PRTB, a baixa adesão ao ato foi reflexo do "terrorismo" feito pelo PT. "Eles fizeram um terrorismo dizendo que iam invadir a Paulista e até matar gente. Nosso público é trabalhador, de família, e não sindicalista. Muita gente ficou com medo de vir pra rua hoje por causa disso", disse Reis.

Ao longo do dia, os manifestantes anti-Lula cantaram músicas satirizando os ex-presidente e o PT, o Hino Nacional e fizeram coro agradecendo ao juiz Sergio Moro e aos desembargadores do TRF-4.

"Estou na rua desde 2013 por causa de um simples aumento da tarifa de ônibus e desde então venho sempre. Cada conquista é um dia histórico. Tirar a Dilma foi um dia histórico. Hoje é um dia histórico. Adoraria que o Lula fosse preso, não sei se será, para dar uma lição de moral no País", disse a publicitária Maristela Stanicia, de 53 anos.

Vestido de verde e amarelo e ao lado da família, o aposentado Antonio Carlos Gerene, de 69 anos, vibrou com a condenação de Lula porque se sentiu traído pelo ex-presidente e pelo PT.

"Votei no Lula por 20 anos e me decepcionei desde o mensalão (em 2005). Hoje faço de tudo para derrubar o PT, que lá atrás acusava os outros partidos de roubar e quando chegou ao poder roubou mais", disse.

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