Brasil

MPF aponta falhas de acessibilidade ao novo Mineirão

Inauguração do estádio após reforma está prevista para esta sexta-feira


	Mineirão: MPF aponta falhas de acessibilidade
 (REUTERS/Gary Hershorn)

Mineirão: MPF aponta falhas de acessibilidade (REUTERS/Gary Hershorn)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de dezembro de 2012 às 12h49.

Belo Horizonte - Com sua inauguração marcada para esta sexta-feira, após passar por uma grande reforma visando principalmente a Copa do Mundo de 2014, o novo Mineirão se tornou alvo de críticas do Ministério Público Federal em Minas Gerais (MPF/MG), que apontou problemas de acessibilidade ao local.

Por meio de nota em seu site oficial, o MPF/MG destacou que "representantes do governo do Estado de Minas Gerais recusaram-se a assinar termo de ajustamento de conduta (TAC) para adequação das obras de reforma do Mineirão às normas de acessibilidade", em reunião realizada na última segunda-feira. O órgão ainda enfatizou que o governo não assinou o documento com a justificativa de que "todas as obras serão realizadas espontaneamente".

De acordo com vistoria realizada pela perícia técnica do MPF e do Ministério Público do Estado, o Mineirão "constatou vários problemas no estádio, entre eles, falta de lugares reservados em quantidade suficiente, nas arquibancadas, para pessoas obesas e com mobilidade reduzida; falta de demarcação no piso dos espaços reservados para cadeirantes e falta de assentos para acompanhantes".

Em seguida, a nota oficial completou que "faltariam ainda guichês acessíveis nas bilheterias, telefones e bebedouros acessíveis, como também indicações de acessibilidade em elevadores, escadas e corrimões" e que "a própria sinalização do estádio não permitiria o deslocamento seguro das pessoas com deficiência, porque não há indicação da rota acessível".

A procuradora regional dos direitos do cidadão em Minas Gerais, Silmara Goulart, criticou as falhas de acessibilidade do Mineirão, após ter participado da reunião que contou com a presença também do promotor de Justiça Rodrigo Filgueiras; do secretário Extraordinário da Copa do Mundo, Tiago Lacerda; do representante da Advocacia-Geral do Estado, Guilherme Naves; do representante da Secopa, Severino Braga; e do gerente de Operações da Minas Arena, Sílvio Todeschi.

"Um estádio de futebol moderno deve facilitar, e não dificultar, a vida do cidadão portador de deficiência. Afinal, a política de inclusão social, que fundamenta as adequações arquitetônicas em prédios e construções, também está no cerne da realização de eventos como a Paralimpíada, por exemplo. Por isso, é inadmissível que um estádio recém-reformado não esteja totalmente adaptado para, no futuro, eventualmente, vir a sediar esse tipo de evento", disse Silmara Goulart.

Após as críticas do MPF/MG, os responsáveis pelas obras do Mineirão garantiram que a questão das arquibancadas já teria sido resolvida, com a reserva de 1% dos assentos para pessoas com deficiência e outro 1% para seus acompanhantes, assim como asseguraram que algumas das irregularidades apontadas pelo relatório técnico da perícia já foram corrigidas.

Severino Braga, por sua vez, minimizou o impacto dos problemas de acessibilidade apontados pelo MPF/MG, enfatizando que nesta sexta-feira acontecerá apenas uma "entrega simbólica do Mineirão". Embora a inauguração do estádio esteja marcada para esta sexta, o local só receberá o seu primeiro jogo de futebol, após sua reforma, em 3 de fevereiro, com o clássico entre Atlético-MG e Cruzeiro pelo Campeonato Mineiro.

A inauguração desta sexta-feira terá a presença da presidente Dilma Rousseff e show da banda Jota Quest, sendo que os ingressos para o evento serão trocados por alimentos não perecíveis. O Mineirão é o segundo dos 12 estádios brasileiros que estão sendo reformados ou construídos para a Copa de 2014 a ser oficialmente entregue. O primeiro foi o Castelão, cuja inauguração aconteceu no último domingo, em Fortaleza.

Acompanhe tudo sobre:Copa do MundoEsportesEstádiosFutebolInfraestrutura

Mais de Brasil

Lula anuncia pagamento do Pé-de-Meia e gratuidade dos 41 remédios do Farmácia Popular

Denúncia da PGR contra Bolsonaro apresenta ‘aparente articulação para golpe de Estado’, diz Barroso

Mudança em lei de concessões está próxima de ser fechada com o Congresso, diz Haddad

Governo de São Paulo inicia extinção da EMTU