Brasil

MPF pede suspensão do licenciamento de três portos no Pará

A ação destaca que os impactos de diversas obras programadas para a região não estão sendo considerados de forma conjunta


	Porto: para a região, além dos portos, estão previstos uma hidrovia, uma ferrovia e um complexo hidrelétrico na Bacia do Tapajós
 (Patrick T. Fallon/Bloomberg)

Porto: para a região, além dos portos, estão previstos uma hidrovia, uma ferrovia e um complexo hidrelétrico na Bacia do Tapajós (Patrick T. Fallon/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2016 às 19h56.

Brasília - O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) solicitaram à Justiça a suspensão urgente do licenciamento ambiental de três portos no distrito de Miritituba, em Itaituba, no Pará.

As licenças estão sendo concedidas pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, mas o MPF defende que o licenciamento seja feito pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

A ação destaca que os impactos de diversas obras programadas para a região não estão sendo considerados de forma conjunta, o que pode prejudicar um ambiente ecologicamente equilibrado, disse a promotora Lilian Braga.

“Na mesma região da Bacia do [Rio] Tapajós, ocorrem empreendimentos como a mineração, hidrelétricas, a construção de uma ferrovia, a hidrovia... Então, essa avaliação não pode ser feita [de forma] individualizada, por empresa – precisa ser feita de forma integrada, que possa considerar o impacto socioambiental de um modo integrado”, afirmou Lilian.

Para a região, além dos portos, estão previstos uma hidrovia, uma ferrovia e um complexo hidrelétrico na Bacia do Tapajós.

Outra preocupação do MPF e do MPPA é que indígenas e outras comunidades tradicionais impactadas não foram consultadas.

Os promotores e procuradores afirmam, na ação, que uma pesquisa de campo com pescadores resumiu-se a entrevistas com dois deles e que uma empresa foi autorizada a deixar de estudar impactos em uma comunidade por achar que os moradores não seriam atingidos.

Os promotores e procuradores pedem a suspensão do licenciamento das Estações de Transbordo de Cargas Miritituba, de interesse da empresa Rio Turia Serviços Logísticos Ltda; HBSA Tapajós, da Hidrovias do Brasil – Miritituba S.A; e Itaituba, de interesse da empresa Cianport – Cia de Navegação Ltda.

Também foram citados na ação o Estado do Pará, a União, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e o Ibama.

Em nota, o Ibama informou que os empreendimentos citados não estão sendo licenciados pelo instituto pois, segundo a legislação, não se enquadram nos requisitos de competência federal.

A Antaq disse que ainda não foi notificada da ação. As empresas Rio Turia Serviços Logísticos, Hidrovias do Brasil – Miritituba S.A, e Cianport – Cia de Navegação, não responderam aos pedidos de entrevista.

A Semas disse que, por motivos de agenda, não poderia atender ao pedido de entrevista.

Até o fechamento da matéria, não havia decisão da Justiça Federal em Itaituba sobre o assunto.

Acompanhe tudo sobre:IbamaInfraestruturaMeio ambienteMinistério PúblicoParáPortosTransportes

Mais de Brasil

Denúncia da PGR contra Bolsonaro apresenta ‘aparente articulação para golpe de Estado’, diz Barroso

Mudança em lei de concessões está próxima de ser fechada com o Congresso, diz Haddad

Governo de São Paulo inicia extinção da EMTU

Dilma Rousseff é internada em Xangai após mal-estar