Brasil

Munição de arma usada em chacina é a mesma da Rota

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que não vai comentar o caso, porque as investigações são sigilosas


	Imagem ilustrativa mostra arma de fogo com balas
 (Thinkstock)

Imagem ilustrativa mostra arma de fogo com balas (Thinkstock)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de junho de 2016 às 07h05.

São Paulo - Dos dez locais onde ocorreram os ataques que resultaram em 19 mortos e 5 feridos, na maior chacina da história de São Paulo, em nove foram apreendidas cápsulas de calibre 9 mm.

Parte das munições, como revelou a reportagem na quinta-feira, 3, pertence a lotes comprados pela Polícia Militar de São Paulo, pela Polícia Federal e pelo Exército Brasileiro, entre 2006 e 2008.

A confirmação foi feita pela Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) em relatório encaminhado à Corregedoria da PM, com o código DICOM 0986/15.

Segundo integrantes da força-tarefa que investiga o caso, as cápsulas apreendidas eram usadas pela PM paulista há cerca de dez anos, nas submetralhadoras de modelo Beretta. Apenas policiais de grupos especializados, como a Força Tática e as Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) tinham acesso ao armamento.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que não vai comentar o caso, porque as investigações são sigilosas.

A Polícia Federal disse que ainda não foi comunicada oficialmente sobre o fato e faltam informações no documento que possam levar a uma pesquisa mais detalhada e a eventuais providências da instituição.

O Exército afirmou que o lote comprado, em 2007, foi desviado em 2012 da Base de Administração e Apoio do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo. Um militar foi identificado e acabou preso por causa do crime.

Carro prata

A chacina ocorreu em 13 de agosto, em Osasco e Barueri, na região metropolitana de São Paulo.

Esta semana, os investigadores descobriram que um carro prata, modelo Sandero, usado pelos criminosos no primeiro ataque realizado em Osasco - que foi visto por uma testemunha -, pode ser o mesmo utilizado pelos assassinos em Barueri.

Lá, o veículo foi filmado por câmeras de segurança. A principal suspeita é de que PMs e guardas municipais sejam os responsáveis pelos crimes.

O motivo seria as mortes do policial militar Avenilson Pereira de Oliveira, em Osasco, e do guarda-civil Jeferson Rodrigues da Silva, na vizinha Barueri, em assaltos dias antes da chacina.

Até agora, apenas o PM Fabrício Emmanuel Eleutério, da Rota, está preso. A força-tarefa do Estado investiga outros 17 PMs, 1 segurança e 4 GCMs. Anteontem, a Justiça Militar decretou segredo nas investigações. A Justiça comum fez o mesmo na semana passada.

Acompanhe tudo sobre:Polícia MilitarViolência policial

Mais de Brasil

Lula anuncia pagamento do Pé-de-Meia e gratuidade dos 41 remédios do Farmácia Popular

Denúncia da PGR contra Bolsonaro apresenta ‘aparente articulação para golpe de Estado’, diz Barroso

Mudança em lei de concessões está próxima de ser fechada com o Congresso, diz Haddad

Governo de São Paulo inicia extinção da EMTU