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Não haverá nenhuma medida excepcional para aquecer a economia, diz Rui Costa

A negativa do ministro contrasta com a expectativa do mercado, que aposta que o governo, a um ano das eleições presidenciais, possa lançar medidas de estímulo à economia para tentar reverter a queda na popularidade

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 26 de fevereiro de 2025 às 14h35.

Em meio a preocupações do mercado e à queda de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta quarta-feira, 26, que o governo não adotará nenhuma "medida excepcional" para estimular a economia brasileira.

"Não haverá medida excepcional para o crescimento da economia. A economia vai crescer pelo que está contratado", disse o ministro durante participação no CEO Conference, evento organizado pelo BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME).

A negativa do ministro contrasta com a expectativa do mercado, que aposta que o governo, a um ano das eleições presidenciais, possa lançar medidas de estímulo à atividade para tentar reverter a queda na popularidade. O efeito seria uma maior pressão inflacionária e aumento ainda maior do que precificado da taxa de juros.

Costa rebateu essa leitura e afirmou que o "mercado errou nos últimos dois anos" sobre o desempenho do PIB e o cumprimento do arcabouço fiscal. Ele reforçou que a gestão petista já demonstrou compromisso com a responsabilidade fiscal.

"O mercado não acertou nos últimos dois anos. Sempre previa um crescimento menor. Como também não acertou nas medidas de contenção que nós faríamos. Poucos acreditaram que poderíamos cumprir o que estava no arcabouço. Cumprimos e vamos fazer de novo em 2025", afirmou.

Aprovação do governo

Sobre a queda na aprovação do governo, Costa disse que quem governa com serenidade não deve se abalar com pesquisas de opinião — nem para comemorar resultados positivos, nem para "ir para debaixo da cama e ficar deprimido" diante de cenários negativos. Para ele, a queda de popularidade está relacionada a falhas na comunicação do governo e à disseminação de fake news.

"Não acho que seja um problema estrutural. O que existe é uma percepção da população de que os alimentos estão caros. Há uma expectativa forte de que tenhamos uma super safra, e os preços dos alimentos devem cair até o fim do ano", afirmou.

Em relação à reforma ministerial, Costa disse que Lula deve escolher alguém com "intenso" relacionamento com a Câmara e o Senado nos últimos dois anos para assumir a Secretária de Relações Institucionais. Na véspera, o petista demitiu a Nísia Trindade do ministério da Saúde e escolheu Alexandre Padilha para a função.

"[Lula] está buscando eficiência e mudando o perfil de cada tarefa. A decisão das mudanças cabe apenas ao governo", disse.

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