Brasil

Não será fácil votar desonerações nesta semana, diz líder

O líder do governo no Senado disse que o projeto que reverte parte das desonerações da folha de pagamento pode não ser votado nesta semana


	Plenário do Senado: projeto de lei reverte as desonerações da folha de pagamento de mais de 50 setores da economia e ajuda o governo em seu esforço fiscal
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

Plenário do Senado: projeto de lei reverte as desonerações da folha de pagamento de mais de 50 setores da economia e ajuda o governo em seu esforço fiscal (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de junho de 2015 às 19h32.

Brasília - O projeto que reverte parte das desonerações da folha de pagamento pode não ser votado no plenário do Senado nesta semana, afirmou nesta segunda-feira o líder do governo na Casa, Delcídio Amaral (PT-MS), apesar da pressa do Executivo em vê-la aprovada para recompor receitas e reforçar o ajuste fiscal.

Aprovado na última semana pela Câmara dos Deputados, o projeto ainda precisa passar por comissões do Senado para então ser levado ao plenário, o que dificulta concluir a votação nesta semana. Mesmo assim, o governo ainda busca um acordo para votá-lo na terça-feira, último dia do mês.

"A desoneração vai tramitar pela Comissão de Constituição e Justiça, pela de Assuntos Econômicos, então não é fácil a gente votar a desoneração nesta semana", disse Delcídio ao sair de uma reunião com o presidente da República em exercício e articulador político do governo, Michel Temer.

"Evidentemente a gente até compreende que cada mês que você atrasa, em função da noventena, você perde 1 bilhão, você deixa de antecipar 1 bilhão de reais. Nós temos que seguir essa liturgia, mas tentar celeremente tramitar com a desoneração." O projeto de lei reverte as desonerações da folha de pagamento de mais de 50 setores da economia e ajuda o governo em seu esforço fiscal. O texto prevê que as alíquotas de contribuição previdenciária sobre a receita bruta passem de 1 por cento para 2,5 por cento, no caso da indústria, e de 2 por cento para 4,5 por cento para empresas de serviços.

Quatro setores --comunicação social, transporte de passageiros, call centers, calçados e o de confecções-- terão uma elevação menor em suas alíquotas.

Temer passou o dia reunido com lideranças do Senado e demais ministros que o auxiliam na articulação política do governo, na tentativa de achar uma saída que possibilitasse a votação do projeto no plenário do Senado ainda na terça-feira. Como há exigências regimentais para a tramitação, seria necessário um acordo entre lideranças para suprimir ou agilizar as votações nas comissões.

APOSENTADOS

Segundo o líder, ainda não foi discutida a estratégia para lidar com a Medida Provisória 672, que foi originalmente editada para prorrogar a atual política de reajuste do salário mínimo. A MP foi alterada durante a votação na Câmara dos Deputados, na semana passada, por uma emenda que estendeu a correção para todos os aposentados.

A alteração contraria o governo, que teme que a mudança possa afetar a sustentabilidade da Previdência. Parlamentares e até mesmo técnicos da área legislativa divergem sobre o tratamento a ser dado à MP. Para o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por exemplo, a medida provisória deveria ser "esquecida" pelo governo, deixada de lado para perder a validade. Ele argumenta que como a emenda modificou o caput, a cabeça com o enunciado do artigo principal, não poderia ser vetada pela presidente Dilma Rousseff, ou a MP perderia o sentido.

Técnicos legislativos, no entanto, consideram que há precedência e que neste caso o caput poderia ser vetado, já que o artigo primeiro do texto contém a ideia principal da proposta.

"Na minha opinião, eu acho que é muito difícil vetar em função da emenda aglutinativa, então eu acho que uma coisa mais razoável é deixar que ela caduque", disse Delcídio, ponderando que a MP ainda não chegou formalmente ao Senado.

O líder aproveitou ainda para desvincular a ida a Brasília, nesta segunda-feira, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o vazamento na sexta-feira da delação premiada do dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, no âmbito da operação Lava Jato.

Pessoa teria listado recursos pagos ao ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e à campanha para reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014, que teve o atual ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, como tesoureiro.

"O presidente Lula já tinha agendado isso antes", disse o líder a jornalistas. "Entendo que ele queira dar uma motivação para o partido, discutir a situação do partido dentro do Congresso, na Câmara, no Senado, nas CPIs, falar de projetos importantes." Lula deve se reunir com parlamentares e lideranças do partido na noite desta segunda-feira.

Texto atualizado às 19h32

Acompanhe tudo sobre:Política no BrasilCâmara dos DeputadosSenadoAjuste fiscal

Mais de Brasil

Previsão do tempo: Primavera com 'cara' de verão? SP deve ter calor em todos os dias desta semana

Moraes diz que Eduardo Bolsonaro está nos EUA para fugir de responsabilização judicial

Vai ter feriado em outubro? Veja calendário do mês

Previsão do tempo em outubro: saiba como deve ser o clima sem confirmação de La Niña