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Em áudio, Temer diz que nada fez por Cunha, diz nota do Planalto

Temer será investigado no STF por suspeita de 3 crimes: corrupção passiva, obstrução à investigação e participação em organização criminosa

Temer: "Isso prova que o presidente não obstruiu a Justiça", diz o texto (Igo Estrela/Getty Images)

Temer: "Isso prova que o presidente não obstruiu a Justiça", diz o texto (Igo Estrela/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de maio de 2017 às 21h10.

Última atualização em 19 de maio de 2017 às 21h31.

Brasília - O presidente Michel Temer afirmou, por meio de nota assinada pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República, que no diálogo com o executivo da JBS, Joesley Batista, "nada fez pelo ex-deputado Eduardo Cunha".

"Isso prova que o presidente não obstruiu a Justiça. Michel Temer não recebeu valores, a não ser os permitidos pela Lei Eleitoral e declarados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Portanto, não tem envolvimento em nenhum tipo de crime", diz o texto.

De acordo com a delação, Joesley disse à Procuradoria-Geral da República (PGR) que sempre recebeu "sinais claros" - primeiro, pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA); depois, pelo presidente Michel Temer - de que era necessário fazer pagamentos ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ao corretor Lúcio Funaro, presos pela Operação Lava Jato, para que estes ficassem "calmos" e não partissem para a delação premiada.

Joesley Batista afirmou que, em reunião no Palácio do Jaburu, em 7 de março, Temer disse-lhe que Cunha o "fustiga", o que entendeu como "recado de que pagasse".

O empresário relatou trecho de conversa com o presidente no qual tratou dos interesses da JBS em vários órgãos do governo.

Temer será investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de três crimes: corrupção passiva, obstrução à investigação de organização criminosa e participação em organização criminosa.

Os detalhes do pedido de abertura de inquérito feito pela PGR e autorizado pelo ministro do STF Edson Fachin contra Michel Temer, o senador Aécio Neves (PSDB) e o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), foram revelados nesta sexta-feira, 19.

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