People walk past the stage set up for the show of US singer Lady Gaga at Copacabana Beach in Rio de Janeiro, Brazil, on April 27, 2025. Lady Gaga will perform a free mega-concert on May 3 on Rio de Janeiro's Copacabana Beach. (Photo by Pablo PORCIUNCULA / AFP) (Pablo PORCIUNCULA / AFP)
Agência de notícias
Publicado em 1 de maio de 2025 às 13h13.
Três meses depois de um carnaval que movimentou R$ 8,8 bilhões na economia fluminense, o Rio de Janeiro volta a receber uma avalanche de turistas — desta vez, devido ao show de Lady Gaga. A nova onda confirma o fôlego do setor, que, segundo pesquisa do Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ), já dava sinais de recuperação com o forte desempenho da folia. A sondagem revelou uma melhora significativa na percepção de segurança.
Antes da viagem, 32,3% dos brasileiros e 23,3% dos estrangeiros achavam o Rio pouco ou nada seguro. Após a estadia, 65,9% dos brasileiros e 70,6% dos estrangeiros disseram estar satisfeitos ou muito satisfeitos. Apenas 14,1% e 7%, respectivamente, mantiveram avaliação negativa.
A média de permanência dos visitantes no carnaval foi de nove dias — sendo 11 entre estrangeiros e sete entre brasileiros. Os hotéis ainda lideram como principal escolha de hospedagem (45,4%), mas o aluguel por plataformas digitais vem ganhando espaço, alcançando 34,9%. O custo-benefício foi apontado como o principal atrativo dessas plataformas por 53% dos entrevistados.
— O esforço para atrair mais turistas e fazer que a sua estadia se converta em experiências memoráveis precisa ser compartilhado com todos das esferas pública e privada. É um somatório — afirmou Otavio Leite, consultor da Presidência da Fecomércio RJ e doutor em Turismo.
A pesquisa foi realizada com 1.037 turistas entre 28 de fevereiro e 4 de março. Os brasileiros representaram 49,6% dos visitantes, com destaque para São Paulo (29,4%), Minas Gerais (16,3%) e Distrito Federal (10,1%). Os estrangeiros somaram 50,4%, especialmente da Argentina (28,7%), Estados Unidos (9,0%), Reino Unido (8,0%), Alemanha (7,8%) e França (7,6%).
— O Rio de Janeiro é a face mais visível do Brasil no exterior por razões turísticas e culturais. 16% dos que vieram foram influenciados por redes sociais e por amigos — disse Leite.
O impacto direto com hospedagem, alimentação, transporte e lazer chegou a R$ 3,4 bilhões — um crescimento real de 36% em relação a 2024. Com os efeitos indiretos e induzidos, a movimentação total somou R$ 8,8 bilhões, alta de 39,7%.
— Acompanhar a evolução dos indicadores turísticos relativos ao sentimento dos visitantes que vieram ao Rio de Janeiro é uma providência estratégica para a adoção de políticas que fortaleçam o destino. Esse é o propósito da Fecomércio RJ — afirmou o presidente da entidade, Antonio Florencio de Queiroz Junior.
Segundo o diretor-executivo do IFec RJ, João Gomes, — os números confirmam a tendência positiva que deve se intensificar ao longo de 2025 e início de 2026 —. Ele destaca que quase 20% dos empregos formais criados no estado no último ano vieram do turismo, o que representa cerca de 30% das vagas no setor de serviços.
Apesar do protagonismo da capital, apenas 6,1% dos turistas receberam indicação para visitar outras cidades do estado. Ainda assim, 28,4% manifestaram essa intenção, com Arraial do Cabo (41,2%) e Búzios (36,7%) entre os destinos mais citados.