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Nos 31 anos do PT, Lula rejeita tentativa de afastá-lo de Dilma

Lula foi a estrela da festa, o primeiro evento do PT que participou desde que deixou a Presidência

A candidata do PT, Dilma Rousseff: Lula nega distanciamento durante festa de 31 anos do partido (Roberto Stuckert Filho/PT)

A candidata do PT, Dilma Rousseff: Lula nega distanciamento durante festa de 31 anos do partido (Roberto Stuckert Filho/PT)

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Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2011 às 21h12.

Brasília - O PT comemorou nesta quinta-feira 31 anos de existência, reconduzindo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à presidência de honra da legenda, que atacou a tentativa de dissociá-lo do governo da presidente Dilma Rousseff.

Lula foi a estrela da festa, o primeiro evento do PT que participou desde que deixou a Presidência. Lembrou seus tempos de metalúrgico e as mudanças do partido que o elegeram, após três derrotas seguidas nas urnas.

O momento mais ácido da fala de Lula, no entanto, teve endereço certo: a alegada tentativa de dissociá-lo de Dilma. Se disse tão parte do governo atual quanto os que o compõe e disse que sua relação política com a presidente é "indissociável".

"Eu apenas não estou no governo, mas sou o governo tanto quanto qualquer companheiro que está no governo", afirmou.

Lula disse ainda que o sucesso da Dilma é o seu sucesso, e que o fracasso dela também é seu. "Nos bons e nos maus momentos, não é uma aventura, é um projeto", acrescentou.

"Se a grande ofensa ou a grande desconstrução do governo Lula é falar bem da Dilma, eu poderei morrer feliz... Porque era esse o nosso objetivo", acrescentou.

Tom semelhante adotara o presidente da legenda, José Eduardo Dutra, ao abrir a cerimônia. "Falsa dicotomia do governo Lula e do governo Dilma, como se isso fosse possível", declarou, afirmando que a presidente também terá seu nome na história do país.

O evento em Brasília foi acanhado em comparação às comemorações do partido nos anos anteriores. Lula, que discursou de improviso, dispensou terno e gravata usados pelos demais dirigentes petistas. Ao lado da ex-primeira-dama Marisa Letícia, usava camisa vermelha. Dilma chegou ao final de sua fala, cantou parabéns, mas não discursou.

Em outros momentos, Lula lembrou seus tempos de metalúrgico e as mudanças do partido que o elegeram, após três derrotas seguidas nas urnas.


"Eu acho que as derrotas que eu sofri foi o tempo necessário para me calejar, calejar o partido e eu me preparar para ganhar as eleições em 2002."

Mencionou por várias vezes a "crise de 2005", na qual denúncias sobre o chamado mensalão atingiram nomes importantes da sigla, como o então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, presente ao evento, e abalaram a imagem de Lula.

O evento em Brasília foi acanhado em comparação às comemorações do partido nos anos anteriores. Lula, que discursou de improviso, usava camisa vermelha e estava ao lado da ex-primeira-dama Marisa Letícia. Dilma chegou ao final da fala do ex-presidente, cantou parabéns, mas não discursou.

Ao final, Lula homenageou seu vice, José Alencar, internado de emergência na quarta-feira em São Paulo devido a uma perfuração intestinal. "A situação dele se agravou porque furou o intestino dele. Quem puder visitá-lo, deve fazer."

Mudanças

Nas últimas três décadas, o PT passou por várias mudanças motivadas, principalmente, pela chegada ao poder em importantes cidades e Estados e pela vitória nas eleições presidenciais de 2002 e 2006. Mas foi atropelado pelo escândalo do mensalão, que está sendo julgado pelo Supremo Tribunal Federal.

Para o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência Luiz Dulci a mutação continua sendo o desafio do PT.

"O nosso principal desafio é não nos acomodarmos. O desafio é renovar", disse na chegada ao ato de comemoração pelos 31 anos do partido.

O deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), que presidiu o PT durante a maior crise política do governo Lula, quando o escândalo do mensalão veio à tona, rejeita a ideia de que o partido deixou de fazer parte da esquerda socialista.

"Nós não mudamos, continuamos de esquerda e socialistas. O que mudou foi nossa tática para desenhar um projeto para governar o país. E aí fomos buscar alianças mais ao centro", analisa.

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