Brasil

Nove diretórios do MDB vetam candidato próprio para a disputa presidencial

O receio do comando emedebista é de que a impopularidade de Temer grude nos candidatos e prejudique o resultado nas urnas estaduais

Temer: a estratégia é fazer com que nenhuma aliança nacional impacte nos planos estaduais (Adriano Machado/Reuters)

Temer: a estratégia é fazer com que nenhuma aliança nacional impacte nos planos estaduais (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de maio de 2018 às 10h18.

Brasília - Pelo menos nove diretórios regionais não querem que o MDB apresente candidato próprio à sucessão do presidente Michel Temer. O cálculo foi apresentado em jantar nesta quarta-feira, 9, na casa do presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), com políticos do MDB e outros partidos.

Embora Temer tenha dito, em entrevista ao Broadcast Político, que apenas "dois ou três diretórios" têm essa posição, a estratégia planejada pela cúpula da legenda consiste em evitar que uma aliança nacional atrapalhe as negociações nos Estados.

O receio do comando emedebista é de que a impopularidade de Temer grude nos candidatos e prejudique o resultado nas urnas. Eunício conversou nesta quinta-feira, 10, com o presidente, no Planalto, para tratar de votações no Congresso, mas, à saída, disse que ele o deixou "completamente liberado" para fazer coligações no Ceará, seu reduto eleitoral. Lá, o senador articula uma dobradinha para se reeleger em composição com o PT.

Liberados

Na mesma linha do presidente do MDB, senador Romero Jucá (RR), que admitiu à reportagem uma articulação para que o partido não lidere chapa, Eunício afirmou ser "difícil" a sigla lançar candidato à Presidência.

Além do Ceará, diretórios do MDB em Alagoas, Sergipe, Santa Catarina, Goiás, Minas, Paraná, Bahia e Pará preferem ficar liberados para fazer coligações conforme interesses regionais. Nem mesmo a vaga de vice interessa a esse grupo, que se movimenta para derrubar qualquer ofensiva oposta na convenção do MDB, em julho.

"Já perdemos 15 deputados e sete senadores. Imagine, num cenário desses, ter Michel candidato. E Meirelles então? Nem pensar", disse o senador Renan Calheiros (AL), hoje desafeto de Temer. Renan participou do jantar na casa de Eunício, que reuniu Jucá e outros senadores, como Eduardo Braga (MDB-AM) e até Acyr Gurgacz (PDT-RO). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Eleições 2018MDB – Movimento Democrático BrasileiroMichel Temer

Mais de Brasil

Lula anuncia pagamento do Pé-de-Meia e gratuidade dos 41 remédios do Farmácia Popular

Denúncia da PGR contra Bolsonaro apresenta ‘aparente articulação para golpe de Estado’, diz Barroso

Mudança em lei de concessões está próxima de ser fechada com o Congresso, diz Haddad

Governo de São Paulo inicia extinção da EMTU