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PSDB trai história ao ficar com Temer, diz Reale Júnior à revista

Em entrevista exclusiva à Revista Veja, Miguel Reale Júnior, autor do pedido de impeachment de Dilma, diz que "falta visão de futuro ao partido"

Miguel Reale Júnior: "Preferiram ficar com Temer a ficar com o seu próprio eleitor", disse a VEJA (Jefferson Rudy/Agência Senado)

Miguel Reale Júnior: "Preferiram ficar com Temer a ficar com o seu próprio eleitor", disse a VEJA (Jefferson Rudy/Agência Senado)

Júlia Lewgoy

Júlia Lewgoy

Publicado em 17 de junho de 2017 às 12h00.

São Paulo - O ex-ministro do governo Fernando Henrique Cardoso Miguel Reale Júnior, autor do pedido de impeachment de Dilma, disse que o PSDB "trai a sua história ao ficar com Temer", em entrevista exclusiva à Revista VEJA. O jurista deixou o partido na última semana, assim que soube da decisão do PSDB de se manter fiel ao presidente Michel Temer

Na entrevista das tradicionais páginas amarelas de VEJA, o jurista explica os motivos que o levaram a deixar o partido e conta os bastidores por trás da decisão do PSDB de seguir em apoio ao presidente Temer. "Eu não podia ficar por um sentimento de coerência. Preferiram ficar com Temer a ficar com o seu próprio eleitor”, disse. 

Para ele, "falta visão de história e de futuro ao partido". "O PSDB é um partido de classe média. E esse pessoal tem o seu foco na luta contra a corrupção. O partido não percebeu isso?", questionou. 

Primeiro e único até agora a sair do PSDB, Reale não acredita que haverá uma debandada do partido, mas disse que o descontentamento entre filiados continua forte.

O ex-ministro defendeu a implementação das reformas trabalhista e previdenciária, mas discordou do argumento de que elas dependem de Temer para passarem no Congresso. "Se o Temer sair, e entrar outro no lugar em eleições indiretas, alguém que seja comprometido com a manutenção da equipe econômica, a situação só tende a melhorar", afirmou. 

 

 

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