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O séquito de Bolsonaro já tem um príncipe

Luiz Philippe de Orleans e Bragança é pré-candidato a deputado federal pelo PSL - partido que também irá lançar Jair Bolsonaro à Presidência

Jair Bolsonaro: segundo descendente da família real brasileira, o primeiro encontro com Bolsonaro aconteceu há dois anos, no gabinete do deputado (Rodolfo Buhrer/Reuters)

Jair Bolsonaro: segundo descendente da família real brasileira, o primeiro encontro com Bolsonaro aconteceu há dois anos, no gabinete do deputado (Rodolfo Buhrer/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de maio de 2018 às 09h29.

São Paulo - O séquito bolsonarista já conta com uma figura "real": Luiz Philippe de Orleans e Bragança, de 49 anos, é pré-candidato a deputado federal pelo PSL - partido que também irá lançar Jair Bolsonaro à Presidência da República. Além da candidatura, Philippe está cotado para presidir a Fundação do partido, que, por sugestão do próprio, deve se chamar José Bonifácio, figura histórica conhecida como o "Patriarca da Independência".

Philippe é filho do príncipe D. Eudes de Orleans e Bragança e neto do chefe da Casa Imperial do Brasil, Luís Gastão de Orleans e Bragança. Cientista político e administrador de empresas, ele também foi o criador do Movimento Liberal Acorda Brasil - que esteve ao lado de MBL (Movimento Brasil Livre), Vem Pra Rua, Revoltados Online e outros grupos em manifestações pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff.

Há poucos meses, Philippe ainda era filiado ao partido Novo, mas se disse atraído pelo convite e discurso mais firme do PSL. "Não é um problema. Eu não pulei da direita para a esquerda. Eu passei da direita para a direita", disse.

Segundo o descendente da família real brasileira, o primeiro encontro com Bolsonaro aconteceu há dois anos, no gabinete do deputado em Brasília. Na ocasião, eles conversaram sobre a ideias que seriam apresentadas em seu livro "Por que o Brasil É Um País Atrasado?", lançado em 2017.

A tese central da obra de Philippe é a ideia de que o povo brasileiro não é soberano porque não possui mecanismos para limitar as ações do governo e da burocracia estatal. Entre os temas que teriam interessado Bolsonaro, e que estão no livro, está a descentralização do poder federal e a possibilidade de fortalecer os municípios.

Agora, no PSL, Philippe tem sido um interlocutor mais frequente do deputado. Anteontem, ele esteve ao lado do presidenciável em São Paulo, durante o evento em que o general Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira assumiu o Comando Militar do Sudeste, em substituição ao general João Camilo Pires de Campos - procurado pela reportagem, Bolsonaro não se manifestou sobre o a candidatura de Philippe.

O candidato a deputado se define como um liberal na economia, conservador nos costumes e, claro, um monarquista. "Monarquia não é um modelo de governo, mas uma organização de Estado", diz. Para ele, o modelo baseado nos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) está fadado ao fracasso. "Defendo a monarquia como um poder cívico. Não se trata de um poder absolutista", disse.

O herdeiro da família real ressalta que não defende a monarquia por interesses próprios. "Eu nunca seria rei ou imperador do Brasil. Meu pai abdicou desse direito antes mesmo de eu nascer", disse. Em termos de realpolitik, Philippe defende o modelo de monarquia parlamentarista - que, segundo ele, deve ser atingida por meio de um referendo popular. "Mas o primeiro passo é o parlamentarismo", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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