Brasil

Ocupação de hotéis depois da Copa preocupa Manaus

Empresários do setor de turismo da região consideram que o maior desafio é manter clientes após o mundial

Manaus: setor hoteleiro discute como manter a ocupação em alta (Divulgação)

Manaus: setor hoteleiro discute como manter a ocupação em alta (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de outubro de 2011 às 16h10.

Manaus – Faltando 958 dias para começar a Copa de 2014, o dia seguinte ao término do Mundial preocupa os empresários de hotelaria em Manaus. Estão sendo construídos na cidade nove novos hotéis por causa do torneio. A capacidade vai passar dos atuais 11 mil hóspedes para 18,4 mil.

A questão é como manter no futuro esses hotéis com boa ocupação. “A gente vai ter que ver o que vai fazer. Esse é o grande desafio”, reconhece Roberto Bulbol, diretor na Região Norte da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih).

A rotina do turismo na cidade é acolher principalmente os visitantes que vêm fazer negócios no Polo Industrial de Manaus. Segundo dados da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), cerca de 80% dos hotéis atendem prioritariamente ao empresariado.

Para diversificar os visitantes e tornar Manaus ainda mais atraente para quem vier assistir a um dos quatros jogos no estádio Vivaldão, Roberto Bulbol prevê a associação entre o turismo na cidade, a visita a Floresta Amazônica e os destinos na Colômbia e a Venezuela, entre outros vizinhos do estado. “As operadoras de turismo estão fazendo pacotes para o Manaus, para hotéis na selva e para países vizinhos”.

Para a consultora da área de turismo, Sarah Albrecht, é natural que os turistas estrangeiros aproveitem a passagem pelo Brasil para conhecer outros destinos na América do Sul. Ela avalia que para manter o turista, o Amazonas deverá fazer um grande trabalho de marketing.

Em sua opinião, o risco é os operadores de turismo ficarem “confiantes demais” de que apenas a exuberância natural da floresta “é suficiente para manter as pessoas por aqui”. Ela enfatiza que é preciso ter estratégias de comunicação nas redes sociais de outros países, preparar sites em línguas estrangeiras, conhecer a cultura dos turistas e baixar custos, diz ao lembrar que outros destinos no continente são mais baratos que o Brasil.

O diretor da Abih reconhece que o valor dos serviços está alto. Ele atribui os preços (inclusive de diárias) ao custo Brasil: a falta de infraestrutura que limita a chegada de turistas a Manaus basicamente por avião também onera os gastos de hotéis e de outros operadores. Além disso, há a “elevada” carga tributária. “Precisamos baixar custos, mas o governo tem que ver os impostos” reclama.

Para o coordenador de Promoção de Investimentos do Ministério do Turismo, Laércio Lemos de Souza, “a iniciativa privada ainda fica esperando pelo Poder Público”. Em sua opinião, o setor ainda está perdendo tempo e “a estruturação do negócio do turismo ainda é muito amadora. Nem o Brasil e nem o Amazonas sabem se vender”, reconhece ao assinalar que a promoção de grandes eventos começa a mudar a cultura do setor.

O turismo na Amazônia é um dos temas das rodadas de negócio que ocorrem na Feira Internacional da Amazônia (Fiam), promovida até amanhã (29) em Manaus pela Suframa. Cerca de 60 empresas que comercializam produtos, roteiros e serviços da região e 26 operadoras convidadas (inclusive estrangeiras) participam das rodadas de negócio.

No último ano, Manaus recebeu menos de 1% dos desembarques internacionais ocorridos no Brasil (78,4 mil desembarques, segundo o Ministério do Turismo).

Acompanhe tudo sobre:AmazonasHotéisHotelariaRestaurantes

Mais de Brasil

Mais de 335 mil pessoas vivem em situação de rua no Brasil

Feriado prolongado deve atrair 2,4 milhões de turistas para São Paulo

Novo equipamento para monitorar trânsito chama atenção de motoristas

Bolsonaro segue em UTI cinco dias após cirurgia e tem 'boa evolução clínica', diz boletim médico