Brasil

Para oposição, relator de pedaladas defenderá governo

Senadores apontam proximidade do relator com a base aliada


	Presidente Dilma Rousseff: senadores apontam proximidade do relator com a base aliada
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Presidente Dilma Rousseff: senadores apontam proximidade do relator com a base aliada (REUTERS/Ueslei Marcelino)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2015 às 08h48.

Brasília - A oposição questionou nesta quinta-feira, 22, a isenção de senador Acir Gurgacz (PDT-RO) na relatoria do processo que avaliará as contas de 2014 do governo, que foram reprovadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Senadores apontam proximidade do relator com a base aliada e argumentam que, no plenário e nas comissões, ele sempre vota sob orientação do governo, ainda que em desacordo com outros integrantes do partido. Segundo relatos, seria um "governista cego".

Para o líder da oposição, senador Álvaro Dias (PSDB-PR), não houve isenção na escolha. "É o sistema vigente, o governo tem maioria no Congresso e faz as indicações que melhor atendem ao seu interesse", avalia.

O senador Paulo Bauer (PSDB-SC) disse ser natural que fosse indicado um aliado.

"É natural que a Rose de Freitas, integrante da bancada do PMDB, que participa do governo, indique um senador aliado. Seria estranho se ela indicasse um senador da oposição", afirmou Paulo Bauer (PSDB-SC), que também faz parte da comissão de orçamento.

Critérios

Gurgacz é líder do PDT e vice-líder do bloco de apoio ao governo. Bauer acredita que a indicação de Acir tenha cunho político, e não técnico, e garantiu que irá acompanhar de perto o encaminhamento do processo das contas.

"Como senador da oposição, vou debater e questionar letra por letra, número por número, qualquer argumento que o governo apresente", afirmou.

Humberto Costa (PE), líder do PT, defendeu a imparcialidade do relator e afirmou que a decisão tranquiliza o governo, não por um eventual parecer favorável, mas por sua atuação isenta, que ele caracterizou como "sem paixões".

"Não poderia haver uma escolha melhor. Ele tem ampla experiência em questões orçamentárias e não vai cumprir tarefa para o governo ou para a oposição", defende.

Há quem acredite, entretanto, que o senador não terá tempo hábil para relatar o processo. Ao final do ano, os parlamentares que hoje integram a comissão de orçamento são substituídos.

Como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), concedeu prazo de 45 dias para que o governo apresente sua defesa, o processo só deve chegar às mãos do relator após o dia 5 de dezembro.

"Acho a indicação (de Gurgacz) inócua. Independente de seu posicionamento, ele não terá tempo para cumprir com a relatoria", argumenta Cássio Cunha Lima (PSDB-PB).

O relator, por sua vez, deixou claro que a substituição de parlamentares na comissão só acontece em março de 2016 e expressou vontade em terminar a relatoria antes disso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffOposição políticaPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Lula anuncia pagamento do Pé-de-Meia e gratuidade dos 41 remédios do Farmácia Popular

Denúncia da PGR contra Bolsonaro apresenta ‘aparente articulação para golpe de Estado’, diz Barroso

Mudança em lei de concessões está próxima de ser fechada com o Congresso, diz Haddad

Governo de São Paulo inicia extinção da EMTU