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Parlamentares democratas tentam barrar tarifaço de Trump após reunião com comitiva brasileira

Grupo de senadores e deputados dos EUA busca reverter tarifas de Trump, alegando motivação política e pressão sobre a Justiça brasileira

Agência o Globo
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Publicado em 1 de agosto de 2025 às 11h51.

Parlamentares democratas dos Estados Unidos apresentaram propostas para tentar barrar o “tarifaço” anunciado por Donald Trump, poucos dias depois de se reunirem com uma comitiva de senadores brasileiros em Washington.

O grupo de parlamentares brasileiros buscava apoio contra a medida de tarifas, o que gerou uma reação legislativa nos EUA.

Propostas para barrar as tarifas de Trump

A iniciativa foi lançada no Senado, com tramitação prioritária, mas deve ser votada apenas em setembro, após o recesso parlamentar. A proposta não especifica uma tarifa isolada, mas abrange todas as tarifas aplicadas.

Os senadores envolvidos na proposta incluem Jeanne Shaheen (New Hampshire), Tim Kaine (Virgínia), Chuck Schumer (Nova York) e Ron Wyden (Oregon), que argumentam que as tarifas têm uma motivação política e representam uma tentativa de pressionar a Justiça brasileira a recuar nos processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Os parlamentares dos EUA acreditam que Trump usa as tarifas como uma ferramenta para influenciar decisões judiciais no Brasil, especialmente em relação a processos envolvendo Bolsonaro, que enfrenta acusações criminais por incitar um golpe de estado.

O uso da Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA)

Os senadores americanos acusam Trump de abusar da Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA), que permite a imposição de sanções em nome da segurança nacional, e alegam que não há amparo legal para aplicar as tarifas contra o Brasil.

Reações políticas e efeitos do tarifaço

O tarifaço afetará produtos como café, frutas e carnes, embora algumas exceções tenham sido feitas. No entanto, a avaliação de políticos dos EUA é de que o impacto será significativo, afetando cerca de 36% das exportações brasileiras, especialmente em setores estratégicos.

Apesar da exclusão de itens como celulose, papel, fertilizantes e combustíveis, o tarifaço representa um golpe significativo para a economia brasileira, e a pressão política para revertê-lo continua.

Outras reações no Senado e na Câmara dos EUA

Essa não é a primeira vez que o Senado dos EUA tenta reverter decisões unilaterais de Trump. Em abril, a Casa aprovou por 51 votos a 48 uma resolução para revogar tarifas contra o Canadá, embora a proposta tenha sido barrada pela Câmara.

Além disso, a comitiva brasileira também se reuniu com outros parlamentares como Martin Heinrich (Novo México), Chris Coons (Delaware), Mark Kelly (Arizona), Michael Bennett (Colorado), Ed Markey (Massachusetts) e Thom Tillis (Carolina do Norte), que manifestaram preocupações públicas sobre o impacto das tarifas.

Na Câmara, o deputado Gregory Meeks, membro sênior do Comitê de Relações Exteriores, afirmou que apresentará uma resolução para tentar derrubar as tarifas logo após o recesso parlamentar.

Diálogo como alternativa para avançar

O senador Nelsinho Trad (PSD-MS), que liderou a missão brasileira, destacou que a única forma de avançar é através do diálogo e da razão. "O caminho tem que continuar no diálogo, na razão, para que a gente possa avançar em outros pontos", afirmou.

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