Brasil

Patrões debatem PEC das Domésticas nas redes sociais

Para controlar a frequência das funcionárias e o cumprimento do horário, algumas patroas levantaram a possibilidade de comprar ponto eletrônico digital


	A definição da jornada de trabalho e o pagamento de hora extra estão entre os principais questionamentos de internautas
 (Frank Perry/AFP)

A definição da jornada de trabalho e o pagamento de hora extra estão entre os principais questionamentos de internautas (Frank Perry/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de março de 2013 às 12h20.

Brasília – A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das Domésticas, aprovada ontem (26) no Senado, ganhou destaque nas redes sociais. Em meio a diversas dúvidas sobre os efeitos práticos das mudanças previstas, empregadores queixam-se da elevação dos custos e das dificuldades de fiscalizar o cumprimento das obrigações por parte das trabalhadoras domésticas.

A definição da jornada de trabalho, que segundo a PEC deve ser de 44 horas semanais com limite de oito horas diárias, e o pagamento de hora extra estão entre os principais questionamentos de internautas.

Para controlar a frequência das funcionárias e o cumprimento do horário, algumas patroas levantaram a possibilidade, em um site de relacionamentos, de comprar ponto eletrônico digital, ao custo aproximado de R$ 500.

Outras dizem que a solução será demitir as funcionárias e colocar os filhos em creches ou em horário integral na escola. Nesses casos, geralmente, indicam que o trabalho doméstico será feito por diaristas.

Muitas empregadoras também argumentam que as novas regras exigem estrutura e capacidade de pagamento de encargos trabalhistas semelhantes às de empresas. Para não sobrecarregar o orçamento doméstico, há quem diga que a única saída será demitir a funcionária atual e contratar outra por um salário menor.

A aposentada Luci Dias, 57 anos, contratou uma empregada doméstica há pouco menos de um ano. Na ocasião, ficou acertada a jornada de oito horas diárias de segunda a sexta-feira. Com a PEC, o horário de trabalho ficou definido em 44 horas semanais – oito horas diárias durante a semana e quatro horas no sábado.

“Agora não sei o que fazer, porque, pela lei, não posso aumentar a carga horária dela durante a semana e ela não pode trabalhar aos sábados porque também tem família e quer ficar com eles em seu descanso”, disse. “Vamos sentar na terça-feira que vem para conversar e ver como vamos solucionar este impasse. Do jeito que está agora fica bom para as duas partes, mas com as novas regras as coisas vão ter que mudar”, acrescentou.

A PEC, aprovada ontem (26) pelo Senado, estende aos empregados domésticos todos os direitos dos demais trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Fica garantido o direito a ter recolhido o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a receber indenização em caso de demissão sem justa causa.

Algumas das novas regras passam a valer imediatamente a partir da promulgação, prevista para ocorrer na próxima terça-feira (2), como o pagamento de hora extra e jornada de trabalho com 44 horas semanais. Outros pontos da PEC, no entanto, não têm vigência automática e precisam de normatização por parte do Executivo, o que pode ser feito por ministérios, secretarias e pela Presidência da República.

Acompanhe tudo sobre:LegislaçãoEmpregados domésticosDireitos trabalhistasPEC das domésticas

Mais de Brasil

Fachin decidirá se Fux continuará julgando trama golpista após mudança de Turma no STF

STF manda reabrir investigação contra Valdemar Costa Neto por trama golpista

Por 4 votos a 1, STF condena sete réus do núcleo de desinformação de trama golpista

Câmara aprova pacote de segurança que eleva pena de homicídio contra policiais e pune 'novo cangaço'