Brasil

Paulo Roberto e Pedro Barusco deverão indenizar petroleiros

Julgados por corrupção, eles foram condenados a indenizar petroleiros por danos morais coletivos


	Ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa: delatores deverão pagar indenização de R$ 452 mil cada um
 (Valter Campanato/ABr)

Ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa: delatores deverão pagar indenização de R$ 452 mil cada um (Valter Campanato/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de maio de 2016 às 19h10.

Rio - Julgados por corrupção na Operação Lava Jato, Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco foram condenados pela Justiça do Rio a indenizar petroleiros por danos morais coletivos.

Os delatores deverão pagar indenização de R$ 452 mil cada um em favor do fundo de pensão dos petroleiros, a Petros. Na decisão, a juíza pondera que a cobrança de "valores vultuosos" pelos ex-funcionários da estatal causou, além das perdas financeiras, "profunda repulsa no meio social e desconfiança da honorabilidade da empresa estatal".

A condenação em primeira instância foi expedida pela juíza Lindalva Soares Silva, da 11ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio. A ação foi movida pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) em março do último ano sob alegação de que "além dos bilhões de reais que eles desviaram, projetos estratégicos para o país foram paralisados, empregos perdidos, famílias desprotegidas e os petroleiros desmoralizados".

Na sentença, a magistrada avalia que o dano coletivo é caracterizado por agressão à cultura imaterial de um grupo. A defesa do ex-gerente executivo Pedro Barusco alegou que as ofensas aos funcionários partiram da imprensa. A sentença, entretanto, considera a conduta dos réus colocou "em risco a honra do grupo", além de ter provocado à estatal um "profundo descrédito no mercado".

"A conduta dos réus promovendo atos ímprobos em detrimento dos demais colegas de casa, por si só transcende o mero aborrecimento, ensejando constrangimentos, repulsa, angústia e aflição passíveis de reparação", destacou Lindalva.

A magistrada também considerou a incerteza dos funcionários quanto a manutenção de seus empregos, citando o Plano de Demissão Voluntária (PDV) aberto pela companhia no último mês de abril, com a perspectiva de desligar até 12 mil funcionários. "Devido ao descrédito reinante de cancelamentos de obras e contratos (os funcionários) podem perder seus empregos causando profunda intranquilidade coletiva", indicou Lindalva.

Durante o processo, petroleiros e delatores participaram de uma audiência de conciliação, sem sucesso. A FUP pedia R$ 1 milhão de cada réu, mas a juíza fixou valor de R$ 400 mil, somado à juros mensais retroativos à data de abertura da ação. Ainda cabem recursos.

Em nota, a Federação considerou a sentença uma importante "reparação" aos petroleiros. "A condenação é o recado da categoria petroleira de que jamais se silenciará diante de qualquer ataque dos gestores à Petrobras, seja no âmbito da corrupção ou das tentativas de desmonte da empresa", informou o comunicado.

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCombustíveisCorrupçãoEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEnergiaEscândalosEstatais brasileirasFraudesIndústria do petróleoPetrobrasPetróleo

Mais de Brasil

Brasil pode ser líder em aço verde se transformar indústria com descarbonização, dizem pesquisadores

Cassinos físicos devem ser aprovados até 2026 e temos tecnologia pronta, diz CEO da Pay4fun

Com aval de Bolsonaro, eleição em 2026 entre Lula e Tarcísio seria espetacular, diz Maia

Após ordem de Moraes, Anatel informa que operadoras bloquearam acesso ao Rumble no Brasil