Brasil

Petrobras culpa Costa por elevação no custo de refinaria

Em nota, estatal afirma que ex-diretor de Abastecimento foi responsável pela alta nos custos da Refinaria de Abreu e Lima. Em uma década, custo da obra saltou de US$ 2,4 bi para US$ 18,5 bi.


	Ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa: ele é acusado de superfaturar contratos das obras da Refinaria de Abreu e Lima.
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa: ele é acusado de superfaturar contratos das obras da Refinaria de Abreu e Lima. (Ueslei Marcelino/Reuters)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 19 de janeiro de 2015 às 09h42.

São Paulo - Pela primeira vez desde o início das investigações da Operação Lava Jato, a Petrobras admitiu que seu ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa é o responsável pelo aumento dos custos na Refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco.

A obra deve deixar um prejuízo de 3,2 bilhões de reais para os cofres da estatal, segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo de ontem.

Paulo Roberto Costa é acusado pela Operação Lava Jato, que apura esquema de corrupção na estatal, de superfaturar contratos da refinaria, que começou a ser construída durante sua gestão na diretoria. Ele foi preso em março do ano passado e admitiu, em esquema de delação premiada,  que cobrava propina das empresas. 

Em nota, a estatal afirma que Costa foi responsável pela "antecipação de diversas atividades e alterações nos projetos e na estratégia de contratação, o que levou a grande número de aditamentos contratuais". 

Inicialmente, o custo previsto para a obra era de 2,4 bilhões de dólares, em 2005. Hoje, a refinaria está orçada em 18,5 bilhões de dólares - o que a torna a obra em andamento mais cara do Brasil. 

A Petrobras não nega o valor das perdas, mas afirma que "testes realizados até 2013 não indicaram a necessidade de reconhecimento de perdas de investimentos realizados na refinaria de Abreu e Lima". 

Segundo a estatal, o projeto foi apresentado ao conselho em 2009, "que orientou a diretoria a envidar esforços para elevar a rentabilidade". 

De acordo com a publicação, em 2012, estudos técnicos já teriam apontado o prejuízo. Mesmo assim, o Conselho de Administração da companhia aprovou a continuidade das obras. A atual presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, e Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda, faziam parte do conselho naquela época.

Na nota, a estatal afirma que "cabe ao Conselho de Administração a aprovação da carteira plurianual de investimentos do PNG [Planos de Negócios e Gestão] e sua financiabilidade. Na aprovação do PNG, o Conselho de Administração não analisa individualmente os projetos". 

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCorrupçãoEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEscândalosEstatais brasileirasFraudesGás e combustíveisIndústria do petróleoOperação Lava JatoPetrobrasPetróleo

Mais de Brasil

Felca será ouvido pelo Senado sobre adultização de menores em plataformas digitais

Michel Misse, sociólogo renomado da UFRJ, morre aos 74 anos após batalha contra câncer

Hugo Motta descarta aprovação de anistia para envolvidos no 8 de janeiro: 'não há clima'

Projeto de reforma administrativa inclui limite de secretarias e concurso nacional unificado