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Pesquisa aponta que 81% preferem quem não tem mandato

Segundo o coordenador do Instituto Locomotiva, o que será apresentado aos eleitores é uma nova roupagem de antigos políticos

Eleições 2018: historicamente, o índice de substituição de nomes no Congresso beira os 50% (Pedro Ladeira/Folhapress/Reprodução)

Eleições 2018: historicamente, o índice de substituição de nomes no Congresso beira os 50% (Pedro Ladeira/Folhapress/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de maio de 2018 às 10h18.

São Paulo - Apesar de as pesquisas continuarem detectando um desejo de mudança, a oferta será inferior à demanda por renovação. Essa é a opinião de Renato Meirelles, coordenador do Instituto Locomotiva - que tem feito levantamentos sobre o comportamento dos eleitores.

Em uma pesquisa que deve ser divulgada ainda nesta semana pelo instituto, 81% dos eleitores declararam preferir votar em quem hoje não exerce mandato. Apesar disso, a tendência não é a de renovação. "Esse número reflete a demanda eleitoral, mas ela não será representada. O que vai ser apresentado ao eleitor é uma nova roupagem dos políticos velhos. Em razão das regras eleitorais e dos recursos financeiros escassos, o eleitor não vai encontrar as opções de renovação", disse Meirelles.

Não significa, com isso, dizer que novos nomes não serão eleitos. Historicamente, o índice de substituição de nomes no Congresso beira os 50%. "O que acontece não é uma renovação. Os eleitos são filhos, parentes ou apadrinhados daqueles que já estão no poder", disse o cientista político Vitor Oliveira, da agência Pulso Público.

A realidade

A "ficha caiu" entre os grupos de renovação (que estão inseridos nos cursos de formação do RenovaBr e da Raps). O discurso já é mais cauteloso. "Essa é a nossa primeira eleição. O projeto é para dez anos", disse o coordenador do Acredito, Zé Frederico. "O sistema construiu barreiras, mas esse é apenas o início de um processo", afirmou o coordenador do Agora!, Leandro Machado.

Para o coordenador do Instituto Brasil@21, Pedro Henrique de Cristo, os movimentos "estão na fronteira de ser engolidos". Para ele, é preciso coordenação e foco nas campanhas que realmente têm chance. Já para o coordenador do Livres, Paulo Gontijo, os partidos são impermeáveis à renovação. "O jogo é feito para não renovar. Temos o receio de servir para compor chapa e maximizar as chances de velhos políticos."

A necessidade de cooperação e organização parece um ponto comum entre os grupos. Carlota Mingolla, de 36 anos, que já foi candidata a vice-prefeito de São Paulo pela Rede, na chapa de Ricardo Young, percebeu essa realidade e decidiu atuar para qualificar seus pares. "O caminho natural era que eu saísse candidata nessa eleição. Mas acabei desistindo. Acho que posso atuar melhor nos bastidores, propondo debates internos e trabalhando pelo fortalecimento das ideias, projetos e pela formação de lideranças."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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