Vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, durante a Reunião de trabalho com Chandrapuram Ponnusami Radhakrishnan, vice-presidente da República da Índia, em Nova Delhi, na Índia (Virendra Singh/MDIC/Divulgação)
Repórter
Publicado em 16 de outubro de 2025 às 07h52.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, anunciou nesta quinta-feira, 16, uma série de medidas para ampliar a cooperação econômica entre Brasil e Índia, durante missão oficial em Nova Délhi.
Alckmin afirmou que a Petrobras assinou contrato para fornecer mais 6 milhões de barris de petróleo ao país asiático. Segundo ele, a estatal também lançará 18 blocos offshore nas bacias de Santos e Campos — “um número recorde”, nas palavras do vice-presidente — além de novas áreas de exploração onshore, em terra.
Ele informou ainda que a Embraer inaugurará nesta sexta-feira, 17, um escritório em Nova Délhi, reforçando a presença brasileira no país.
De acordo com o vice-presidente, o comércio bilateral segue em forte expansão. “No ano passado, foi de US$ 12 bilhões, e este ano pode chegar a US$ 15 bilhões”, disse. Ele destacou que as exportações brasileiras para a Índia cresceram mais de 30% em 2025 e que o governo quer ampliar o acordo de preferências tarifárias entre Mercosul e Índia, hoje restrito a poucas linhas. “Podemos aprofundar e ampliar essas linhas tarifárias para ter preferência nas vendas”, afirmou.
Alckmin anunciou ainda a implementação do visto eletrônico, que facilitará a entrada de brasileiros na Índia. “Toda a área de negócios e consultoria agora terá visto eletrônico disponível na embaixada em Nova Délhi e no consulado em Mumbai”, disse.
O vice-presidente, por fim, destacou oportunidades nas áreas de saúde, defesa e tecnologia. “Queremos ampliar nossa parceria na indústria da defesa e na área farmacêutica, especialmente em vacinas”, declarou.
Questionado sobre as críticas do presidente americano Donald Trump aos BRICS, Alckmin preferiu não comentar. “Não há o que comentar. Cada um responde por suas afirmações”, afirmou.
Ele ressaltou que o Brasil busca ampliar mercados, lembrando os acordos comerciais já firmados com Singapura e com a Associação Europeia de Comércio Livre (EFTA), e a expectativa de assinar ainda neste ano o tratado Mercosul-União Europeia. “Nós queremos a complementariedade, não queremos disputa. Não vamos disputar com produtos indianos, mas complementar a nossa produção, seja na área industrial, tecnologia, saúde, energia, tecnologia na área agrícola, tem muitas oportunidades", disse o vice-presidente.