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PF realiza operação contra grupo acusado de corrupção e danos ambientais no setor de mineração de MG

Grupo teria lucrado R$ 1,5 bilhão a partir de propinas, segundo a PF. Diretor da Agência Nacional de Mineração foi preso

Operação Rejeito: PF cumpre mandados contra grupo suspeito de corrupção no setor de mineração. (Divulgação/Polícia Federal)

Operação Rejeito: PF cumpre mandados contra grupo suspeito de corrupção no setor de mineração. (Divulgação/Polícia Federal)

Publicado em 17 de setembro de 2025 às 08h51.

Última atualização em 17 de setembro de 2025 às 08h56.

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira, 17, uma operação que busca desarticular uma organização criminosa acusada de corromper servidores públicos para obter autorização e licenças ambientais fraudulentas na área de mineração de Minas Gerais. A ação teria rendido um lucro de R$ 1,5 bilhão de projetos que poderiam valer mais de R$ 18 bilhões.

Caio Mario Trivellato, diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), foi preso durante a ação, segundo apurou a EXAME.

Além de Trivellato, também há pedidos de prisão preventiva para Alan Cavalcante do Nascimento, suposto líder do grupo, Helder Adriano de Freitas e João Alberto Paixão Lages, sócios de Alan na empresa de mineração Gutesiht. Mais de 40 companhias, além da Holding Minerar S/A, estão envolvidas no esquema.

Ao todo, os agentes cumprem 22 mandados de prisão e 79 mandados de busca e apreensão em Belo Horizonte e outras cidades do estado mineiro.

Como funcionava o esquema?

Servidores da ANM, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), da Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas (FEAM) e da Secretaria de Estado do Meio Ambiente foram afastados por envolvimento no esquema, que teria pago pelo menos R$ 3 milhões em propinas.

De acordo com a investigação, as autorizações fraudulentas permitiam a exploração irregular de minério de ferro, inclusive em áreas tombadas e próximas a zonas de preservação ambiental, gerando graves consequências ambientais e elevado risco de desastres sociais. 

A EXAME apurou que os investigados são suspeitos de criar uma rede de empresas e intermediários para viabilizar a manutenção de empreendimentos minerários ilegais, por meio de corrupção, tráfico de influência, fraudes em documentos e lavagem de dinheiro. As propinas destinadas aos servidores somam mais de R$ 3 milhões. 

Segundo os investigadores, o grupo teria monitorado autoridades e tentado dificultar as investigações.

Os suspeitos poderão responder por crimes ambientais, usurpação de bens da União, corrupção ativa e passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e embaraçamento à investigação de organização criminosa.

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