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PF suspeita que empresário tenha ocultado posse de avião

Bené é tido pela PF como o "operador" de uma organização criminosa e é próximo ao governador Fernando Pimentel


	 A Polícia Federal prendeu o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, colaborador de campanhas do PT
 (Arquivo/Agência Brasil)

A Polícia Federal prendeu o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, colaborador de campanhas do PT (Arquivo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 30 de maio de 2015 às 22h42.

Brasília e São Paulo - A Polícia Federal suspeita que o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, tenha ocultado a posse de um avião particular desde a sua compra, nos Estados Unidos, em 2011, até sua utilização.

Bené foi preso na sexta-feira pela PF no âmbito da Operação Acrônimo, deflagrada no Distrito Federal e em outros três Estados para apurar um esquema de lavagem de dinheiro por meio de contratos com o poder público.

Bené é tido pela PF como o "operador" da organização criminosa investigada e é próximo a Fernando Pimentel (PT), atual governador de Minas Gerais.

Em documentos obtidos pelo Estado, a PF diz que uma análise preliminar de documentos e indícios obtidos nas investigações apontam "para ocultação de propriedade do avião desde sua aquisição nos Estados Unidos".

O relatório da PF mostra troca de mensagens de Bené com interlocutores que dão indícios de que ele era o verdadeiro dono do avião. Um desses casos é uma conversa via SMS entre Bené e Gentil Martins Dias, sócio dele em uma empresa de vinhos.

Na conversa, Bené pergunta se a empresa de Gentil fica nos Estados Unidos, que responde que não. "Tem como eu colocar o avião no nome dela para que ela exporte para mim no Brasil?", pergunta Bené, que recebe como resposta que Gentil "tem uma fundação nos EUA" e que "vai ver com o pessoal".

Outra troca de mensagens ocorreu em 2013, em que um interlocutor chamado "Sidão" pergunta se o "benets fly" - como era chamado o avião em referência a Bené, como proprietário - está disponível.

As conversas mostram que estavam sendo feitas negociações e que o aluguel da aeronave poderia sair entre R$ 10 mil e R$ 15 mil para uma viagem de ida e volta.

Em depoimento à Polícia Federal prestado em 7 de outubro do ano passado, Bené negou que a aeronave fosse sua e disse ainda que o avião era da Bridge Participações, cujo diretor é Ricardo Santos, seu amigo.

O empresário disse ainda que pagava apenas o combustível ao usar a aeronave.

Com base na análise das mensagens, a PF concluiu que "tal negócio pode ter ocultado a transferência da propriedade do avião, comprado nos EUA em nome da Lumine Editora, e registrado no Brasil em nome da Bridge Participações", diz documento obtido pela reportagem.

"Com efeito, é patente o uso de pessoas interpostas para escamotear o verdadeiro proprietário do avião, bem como a dissimulação na oitiva perante a Autoridade Policial, quando da apreensão dos valores, ocasião em que não informou apenas que o avião seria de empresa na qual seu amigo Ricardo seria diretor, sem declarar, contudo, que a aeronave pertencia a si", afirma a PF.

Acrônimo

A Polícia Federal deflagrou ontem a Operação Acrônimo, que resultou na prisão do empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, colaborador de campanhas do PT.

A Operação foi desencadeada em três Estados e no Distrito Federal para investigar a suspeita de um esquema de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro.

Além da antiga sede de sua empresa, o apartamento onde Carolina Pimentel residia também foi alvo das ações da PF. Carolina casou-se recentemente com o governador de Minas, Fernando Pimentel (PT).

Além de Bené, que é tido como o operador da organização criminosa, outras quatro pessoas foram presas na Operação. A investigação foi iniciada em outubro do ano passado, quando a Polícia Federal apreendeu, no Aeroporto de Brasília, R$ 113 mil em dinheiro numa aeronave que trazia Bené e outros colaboradores da campanha de Pimentel de Belo Horizonte.

O empresário foi preso em sua residência, em Brasília.

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