Brasil

PMDB do Senado decide não comparecer à posse de Lula

Avaliação do grupo, entretanto, é que o governo também precisará fazer gestos em relação ao partido


	Renan Calheiros: a avaliação do grupo, entretanto, é que o governo também precisará fazer gestos em relação ao partido
 (Marcelo Camargo/ Agência Brasil)

Renan Calheiros: a avaliação do grupo, entretanto, é que o governo também precisará fazer gestos em relação ao partido (Marcelo Camargo/ Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de março de 2016 às 12h18.

Brasília - Apontado como um dos principais pilares do governo Dilma Rousseff no Congresso, o PMDB do Senado decidiu não comparecer à posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no cargo de ministro-chefe da Casa Civil.

O grupo, que se reuniu na noite de ontem na residência oficial do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), concluiu que não era oportuno participar da posse de Lula após a revelação da conversa entre Dilma e o ex-presidente em que sugere que a nomeação teria tido como objetivo evitar que Lula viesse a ser investigado na primeira instância pela Operação Lava Jato. Passaria, dizem, a ideia de que endossariam completamente a chegada de Lula.

Por isso, Renan, o líder do PMDB do Senado, Eunício Oliveira (CE), o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e outros representantes do grupo não participam da solenidade no Palácio do Planalto, que ocorreu nesta manhã.

Para um dos representantes do grupo, a presidente fez a sua "opção parlamentarista" ao entregar, no momento em que está ameaçada de sofrer um processo de impeachment, o governo a Lula. Em síntese, resumiu o interlocutor, foi dado um voto de "desconfiança" para o Executivo.

A avaliação do grupo, entretanto, é que o governo também precisará fazer gestos em relação ao partido. Antes de tomar posse e da revelação do grampo, Lula já conversou por telefone com Renan e com Eunício. Ficaram de se encontrar em breve, mas ainda não há qualquer encontro marcado.

Na semana passada, antes do acirramento da crise, o PMDB do Senado já se dividia sobre a ida de Lula para o governo. Renan se mostrava mais favorável à medida, com a avaliação de que poderia reduzir a crise política e retomar a confiança do País.

Eunício tinha outra avaliação, dizia que, embora obviamente a medida fosse importante para o governo, iria gerar "várias especulações" em relação principalmente à questão da concessão do foro privilegiado nas investigações da Operação Lava Jato. Jucá vinha dizendo que a medida não surtiria efeito.

A avaliação do trio, diante dos últimos acontecimentos, converge para o aumento das dificuldades para o governo superar a crise.

Ministros do partido, como os titulares de Minas e Energia, Eduardo Braga, e do Turismo, Henrique Eduardo Alves, têm participado das conversas com senadores e integrantes da cúpula partidária e demonstram preocupação com o agravamento da crise política e sobre um eventual desembarque do PMDB do governo Dilma. Nada, contudo, está decidido.

Acompanhe tudo sobre:PersonalidadesPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresPolítica no BrasilMDB – Movimento Democrático BrasileiroGoverno DilmaPartidos políticosRenan CalheirosLuiz Inácio Lula da Silva

Mais de Brasil

Reforma administrativa: veja os principais pontos dos projetos que atingem servidores

Brasil cobra libertação imediata de brasileiros detidos por Israel em flotilha humanitária

Ministro da Saúde recomenda evitar destilados sem 'absoluta certeza' da origem

Intoxicação por metanol: Polícia de SP prende duas mulheres com uísque falsificado em Dobrada (SP)