Lady Gaga no Rio: cantora norte-americana se apresentou na orla de Copacana, no Rio, neste sábado (Buda Mendes/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 4 de maio de 2025 às 09h59.
Policiais da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav), da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) e da 19ªDP (Tijuca), em conjunto com o Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab) do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MPSP), realizaram uma ação conjunta, neste sábado, e desarticularam um grupo que disseminava ódio e preparava um plano para realizar ataques contra o público no show da cantora Lady Gaga, em Copacabana, na Zona Sul do Rio.
As ações de planejamento eram elaboradas por uma plataforma de uma rede social e envolveriam uso de coquetéis molotov e outros explosivos artesanais. Duas pessoas foram detidas. Um homem que seria o chefe do grupo foi preso no Rio Grande do Sul. Ele estava com uma arma. No Rio de Janeiro, um adolescente foi apreendido por armazenamento de pornografia infantil.
Segundo a polícia, entre os alvos do ataque estariam crianças, adolescentes e o público LGTQIA+. Batizada de "Operação Fake Monster", a ação identificou que os suspeitos estariam recrutando jovens pela internet para promover os ataques. O plano era tratado com uma espécie de desafio coletivo. Já se sabe que o bando disseminava crimes de ódio, automutilação, pedofilia e conteúdos violentos, o que motivou a elaboração de um relatório técnico pelo Ciberlab da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi) da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do MPSP.
Na ação, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão contra nove alvos nos municípios do Rio de Janeiro, Niterói, Duque de Caxias e Macaé, no Rio; Cotia, São Vicente e Vargem Grande Paulista, em São Paulo; São Sebastião do Caí, no Rio Grande do Sul; e Campo Novo do Parecis, no Mato Grosso. O trabalho contou com o apoio de policiais civis destes estados e também com agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).
Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos computadores, dispositivos eletrônicos e outros materiais. Tudo será analisado e periciado. Como desdobramento da operação, os agentes também foram a Macaé, no Norte Fluminense, para cumprir um mandado de busca e apreensão contra um suspeito que também planejava ataques. Ele ameaçava matar uma criança, e segundo a polícia, responde por terrorismo e induzimento ao crime.
Ainda segundo a polícia, a operação foi deflagrada para neutralizar as condutas digitais que vinham sendo articuladas, com potencial risco ao público do evento, sem que houvesse qualquer impacto para os frequentadores. O trabalho foi executado com discrição e precisão, evitando pânico ou distorção das informações junto à população.